Frei Irineu, filho de Ângelo Giacon e Amélia Boaretto, nasceu em Pádua (Itália), aos 23.07.1899. Foi batizado na Paróquia Santo Antônio in Arcela sete dias após com o nome de Humberto. Entrou para o Seminário de Verona aos 12.10.1915. Iniciou o noviciado em Bassano del Grappa aos 09.02.1916. Emitiu os votos temporários em Villafranca de Verona aos 24.02.1917 e os perpétuos aos 08.12.1921 no Convento de Pádua. Na Igreja de Santa Maria Formosa, em Veneza, foi ordenado sacerdote, aos 10.02.1924 pelo Cardeal Patriarca D. Pedro La Fontaine.
No Paraná - No ano seguinte, Fr. Irineu veio ao Brasil com os Freis Tarcísio de Bovologne, Anselmo de São Mauro de Saline, Inácio de Ribeirão Preto, Silvestre da Selva e Samuel de Cittadella. Aos 06.09.1925 na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, receberam o Crucifixo Missionário das mãos de Dom Elias Dalla Costa, Bispo Diocesano. Partiram de Gênova, com o navio Duca d’Aosta, aos 17.09.1925. Após uma parada no Rio de Janeiro, rumaram a Santos, desembarcando à meia-noite do dia 3 de outubro. Fr. Angélico de Ênego os esperava ali. Passaram o dia 4 em Santos. Pernoitaram no Convento dos Carmelitas. No dia seguinte, 5 de outubro, foram a São Paulo, hospedando-se no Convento da Imaculada, sede principal dos capuchinhos de Trento. À noite do dia 5 viajaram com o trem sorocabano, chegando em Jaguariaíva na manhã do dia 6.
Após dois meses de sua chegada, iniciou seu apostolado em São José da Boa Vista (1925-1927); Curitiba: Mercês (1927-1930; 1942-1943); Jaguariaíva (1931-1936); Tomazina (1937-1941; 1949-1954); Capinzal (1944-1948); Irati (1955-1964); Arapongas (1965-1972); Siqueira Campos (1973-1980).
Frei Irineu, inicialmente, visitava todas as capelas, a cavalo. Trabalhou como Vigário Paroquial e muitas vezes como Pároco. Foi Assistente dos Primeiros Seminaristas de Curitiba, Superior deste Convento e Reitor da Igreja das Mercês.
Foi um homem de Deus, piedoso e muito simples. Seus contemporâneos foram unânimes em afirmar a sua grande devoção e seu alto grau de piedade franciscana. Embora imerso num intenso apostolado nunca abandonou a oração e o contato com o Senhor, e graças a isso, manteve-se fiel aos seus compromissos de consagrado. Não perdia um retiro, encontro, congresso: Fazia questão de se manter em forma e atualizado. Amava a Ordem e a Província. Vibrava por nossas coisas, mas não foi escravo de tradições, ao contrário, primava em participar de tudo o que Ihe oferecesse maior e melhor recurso de comunicação e vitalidade. Tinha abertura nos avanços atuais e intensa criatividade, sobretudo na liturgia que fazia questão de celebrar, cercado de muita pompa e apreciável número de coroinhas.
Aos 80 anos, quase impossibilitado de andar, mantinha sua hora radiofônica na Emissora Bom Jesus, de Siqueira Campos, transmitida do seu quarto. Sua mensagem era muito apreciada, pois Fr. Irineu conhecia profundamente a alma paranaense. Não obstante, a longa idade, sempre manteve o espírito jovem.
Sua maneira gostosa de viver estará sempre presente em quantos tiveram o privilégio de conhecê-lo. Viveu alegre e feliz, plenamente realizado em sua vocação religiosa capuchinha sacerdotal. Foi um dos heróicos pioneiros e fundadores desta Província que hoje se orgulha de suas virtudes e de sua santidade. Amou o povo, os confrades.
Frei Ireneu faleceu no Hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa, no entardecer do dia 22.05.1980, quase sem nenhuma agonia. Em sua Missa Exequial no Convento Bom Jesus (Ponta Grossa), além dos frades, povo de Deus e amigos, estiveram presentes três bispos: D. Geraldo Pellanda (Ponta Grossa), D. Pedro Fedalto (Curitiba), D. Albano Cavallin (Auxiliar de Curitiba). Contava 81 anos de idade, 64 de Vida Religiosa, 56 de Sacerdócio e 55 de Missionário.
Está sepultado no Cemitério dos Freis, em Botiatuba.
