Dia da Água e Campanha da Fraternidade: Milhões têm falta de água no Brasil

Dia da Água e Campanha da Fraternidade: Milhões têm falta de água no Brasil

 No Brasil, “em 65% dos domicílios onde falta água, seus moradores têm também restrita quantidade de alimentos” (Campanha da Fraternidade 2023, nº 60). São 100 milhões de brasileiros/as que não têm rede de esgoto e para 35 milhões, falta água potável. Além disso, temos muitos córregos poluídos que, com as chuvas, transbordam e alagam as moradias, fazendo milhares perderem o que têm e difundindo doenças.

Por outro lado, grandes empresas querem a privatização de sistemas de água e esgoto para ganharem mais lucros, com menos investimentos à população já muito desassistida. A cobiça pelas águas no Brasil é muito grande. Mas “a água não é recurso ilimitado. Seu uso racional e solidário exige a colaboração de todos” (CF, nº 59). Água é um direito humano, não mercadoria!

 A Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), em 1993, adotou uma resolução que instaura o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água.

 A ÁGUA NA TERRA: DISTRIBUIÇÃO E DISPUTA ATUAL

O planeta terra é constituído de 1.370.000.000 km³ de água distribuídos em 2/3 de sua superfície. Com esse considerado volume, nosso planeta poderia ser chamado de planeta água. 97,5% constituem as águas salgadas dos mares e oceanos. As águas doces correspondem a 2,5% do total.

 A ÁGUA NA TERRA: 97,5% de águas salgadas; 2/3 gelo polar; 1/3 água disponível

Olhando esses dados, constatamos a distribuição das águas doces no planeta Terra. Há uma desigual distribuição das águas na geografia do mundo.

No referido manancial, o Brasil dispõe de 13% de água potável. Desses 13% disponíveis, 72% situam-se na região amazônica, onde vivem cerca de 12 % da população brasileira.

O nordeste brasileiro, mais populoso, dispõe de apenas 3% das águas de consumo humano. Dessas águas, 2/3 estão nas bacias dos rios são Francisco e Parnaíba.

Como o povo de Moisés no deserto (Êxodo 17,1-7), nós experimentamos no Nordeste a escassez e, muitas vezes, a falta de água em nossa caminhada no semiárido nordestino e aprendemos a viver no sertão e fazer o sertão viver. Aprendemos com São Francisco de Assis a sermos irmãos cuidadosos das águas necessárias da vida e a usá-las de maneira responsável.

Sabemos que os pobres são as primeiras vítimas da escassez e da privatização das águas. Nosso amor operativo ao Deus vivo, nos propõe uso responsável pela água:

1) Ao lavar a louça, fecha a torneira enquanto estiver ensaboando os utensílios;

2) Deixar a torneira fechada ao ensaboar-se no banheiro;

3) Se uma torneira estiver pingando, chame um encanador para consertar;

4) Sabemos que 30% das águas tratadas são desperdiçadas até chegar em nossas casas, por que isso acontece?

5) Verifique em sua fraternidade ou em sua família a quantidade de alimento que é desperdiçado e o que deve mudar.

Cerca de 50% dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados após a produção, descartados no processamento, no transporte, nos supermercados e nas cozinhas.

 “Louvado seja, meu bom senhor, pela irmã água e seu valor, É preciosa e casta, humilde e boa, Se corre um canto a ti entoa.”

 A água é um direito humano universal que não pode ser privatizada.

40 dias caminhemos com Jesus, ouvindo a sua Palavra e aprendendo a usar a água de maneira amorosa e responsável.

                                                                                       

FREI ROBERTO EUFRÁSIO DE OLIVEIRA, OFMCap Secretário da JPIC da Província dos Capuchinhos do Nordeste do Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor:
Frei Marcelo Toyansk, OFMCap
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