

Encerramento do Ano Jubilar dos Franciscanos Capuchinhos do RS
No dia 04 de dezembro, às 9h na Igreja Matriz São Pedro de Garibaldi, aconteceu a missa de encerramento do Ano Jubilar dos Franciscanos Capuchinhos do RS. Neste ano, foram celebrados 125 anos de presença e missão no RS e 80 anos da Província Sagrado Coração de Jesus. A missa foi presidida pelo Ministro Provincial frei Nilmar Carlos Gatto contando com a presença de todas as fraternidades que estavam representadas neste momento de conclusão das atividades jubilares.
Ao decorrer do ano, diversas ações e atividades foram realizadas para recordar esta bonita caminhada:
Constituição da equipe jubilar: participaram desta equipe os freis Bruno Agostineto, Celso Bordignon, Claudecir Fantini, Nilmar Carlos Gatto, Rodrigo Antunes de Lima e Volmir Warken.
Exposição itinerante: Com o objetivo aproximar a comunidade e tornar conhecida a história dos Freis Capuchinhos no RS construída ao longo deste tempo. Os banners retratam a atuação eclesial, missionária, na formação, nas paróquias, nas missões populares e nas áreas de educação, saúde, assistência social, comunicação, cultura resgatando este importante legado.
Lançamento do livro “Frades Menores Capuchinhos no Rio Grande do Sul (1896-2021)”: de autoria do frei Vanildo Zugno, foi lançado o livro contando a história.
Composição do Hino para o triênio da Província: Com letra e música de frei Cristian Martins Almeida e frei Rodrigo Antunes de Lima.
Programa Ligado com os freis: através de vídeos nas redes sociais foi contada a história dos freis por setores de trabalho e missão, fazendo memória e contando ao povo de Deus esta missão.
Selos comemorativos: utilizados nos materiais do Ano Jubilar.
Mostra “Capuchinhos 125 anos: Presença, missão e carisma” no Museu dos Capuchinhos em Caxias do Sul.
Em sua fala, o Ministro Provincial frei Nilmar deixou a mensagem que segue:
“Gostaria de saudar de forma muito fraterna vossa Excelência Reverendíssima Dom Jaime Pedro Kohl, Frei Jadir Segala Pároco aqui da Paróquia São Pedro e no nome do Frei Jadir, saudar a todos os frades e fraternidades que se fazem presente aqui nesta nossa festa.
Saúdo também fraternalmente o Frei Clésio Menezes Provincial da Província do Brasil Central nossa querida filha também presidente da Conferência do Capuchinhos do Brasil; Frei Luciano Souza Santos Representado a Custódia Brasil Oeste, Irmão Deivis Fischer representando os Irmãos Maristas que também fazem parte desta nossa história, irmã Priscila Clarissa capuchinha representando a segunda Ordem franciscana. Estimadas religiosas e estimados religiosos, irmãos e irmãs de consagração.
Saúdo em São Francisco de Assis o ministro Regional da Ordem franciscana Secular Senhor Marcos Renato Lazarotto, o Conselheiro Distrital Mateus Gedoz e a Ministra aqui de Garibaldi Marlene Lazzari e no nome deles saúdo todas as irmãs e irmãos da terceira Ordem Franciscana do Rio Grande do Sul.
Saúdo com muita alegria o Excelentíssimo Prefeito Municipal Senhor Sérgio Chesini. Senhor Álvaro Antônio Cluk coordenador da Paróquia São Pedro, Senhor José Poleto Coordenador da equipe administrativa da paróquia. Outras autoridades civis e militares. Querido povo de Deus. Recebam todos minha saudação carinhosa de Paz e Bem!
Começo a minha reflexão recordando de uma frase escrita por Frei Bruno de Gillonay fundador desta missão. Ele disse: “Conhecer o amor de Deus, Crer neste amor e corresponder a este amor é toda a religião e todo o cristianismo”.
Nós podemos dizer que Conhecer o amor de Deus, crer neste amor e corresponder a este amor é o caminho que este tempo de Advento nos convida a fazer. Caminho de conversão. João Batista no Evangelho nos convida: “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas”. Isto significa retirar do nosso coração as pedras de tropeço, da discórdia, do ódio, da indiferença, do egoísmo e de tudo aquilo que divide e separa, para transitar os caminhos de conversão, caminhos de mudança de vida que, nos levam a reconhecer o amor de Deus expresso, na delicadeza, humildade e simplicidade do natal de Jesus Cristo. Com este amor reconhecido e internalizado por nós, crer nele e corresponder a Ele.
Se passaram 125 anos da missão Capuchinha aqui no Rio grande do Sul e 80 anos de nossa presença como Província. ou seja, Chegou um momento na história que a missão capuchinha do Rio Grande do Sul estabelece o seu caminho próprio nos níveis formativo, vocacional e econômico sem mais necessitar da mãe província francesa.
Desde a chegada dos frades franceses, aqui em Garibaldi, em 18 de janeiro de 1896, aqui faço memória aos freis Bruno de Giloney e Leão de Montsapey ( os primeiros missionários), passando pela ereção canônica da missão em Província capuchinha do Rio Grande do Sul no dia 24 de julho de 1942, aqui faço memória do Frei José Cherubini (primeiro provincial), percorremos muitos caminhos e observamos o heroísmo de vidas doadas de forma solidária e fraterna de frades que conheceram e conhecem o amor de Deus e porque acreditaram e acreditam neste amor corresponderam e ainda correspondem fielmente a Ele e expressam isso na missão que hoje se realiza.
Nós na província nos ocupamos neste ano 2022 a reviver a história da nossa missão. Celebramos este jubileu em todos os espaços de missão aqui no Rio Grande do Sul, expressando nossa gratidão pelos nossos antepassados e também nossa gratidão pelos frades que hoje levam em frente com responsabilidade o apostolado em 24 fraternidades e 30 paróquias. E aqui quero expressar minha gratidão a equipe de frades que coordenou este serviço de levar este importante legado ao conhecimento do povo nas comunidades onde estamos. Muito obrigado! Vocês conduziram com brilhantismo esta tarefa.
Neste ano nos propomos reviver esta história porque ela nos possibilita revelar com clareza quem fomos e quem somos. Recordamos do passado pois ao descortiná-lo fazemos memória de tantas vidas, conquistas, lugares, serviços, oportunidades. Tantas Virtudes dos frades que conheceram o amor de Deus creram e corresponderam a este amor.
Nos dispomos a reviver a História porque ela retrata a importância do legado e dos ensinamentos deixados pelos frades que nos precederam. A forma como eles foram preparando os caminhos do Senhor, eliminando obstáculos, preenchendo vazios, trilhando caminhos de conversão. Esta forma de vida e de missão, nos anima a sermos continuadores desta tarefa missionária.
Cada frade, cada fraternidade, cada serviço desempenhado em cada momento da história de missão, foram vividos com coração e com alma. O Papa Francisco na sua exortação apostólica alegria do evangelho fala disso, ele diz: “A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou ornamento a ser posto de lado. É algo que não posso arrancar do meu coração”.
Nada nesta missão foi apenas parte ou ornamento dentro da vida de cada frade. A missão para estes irmãos se fez e hoje ainda se faz no coração, com doação e serviço, sem esperar gratificações. Tudo feito com amor.
Em 2018 durante o capítulo geral em Roma nós capuchinhos do mundo todo tivemos a oportunidade de uma audiência com o Papa Francisco. Neste dia ele nos disse o seguinte: “Frei Capuchinhos. Uma caraterística vossa é ser frade do povo. É Ter proximidade com todos, mas sobretudo com os mais pequeninos, os mais descartados, os mais desesperados. E também proximidade com aqueles que se afastaram”.
“Outro aspecto típico de vocês: é de serem homens capazes de resolver os conflitos, de fazer acontecer a paz. Porque vocês são homens da reconciliação”.
Meus irmãos e irmãs, olhando o caminho de conversão ao amor de Deus, vivido pelos frades, constatamos vivas estas características recordadas pelo Papa: “homens próximos do povo, orientadores da paz e da reconciliação”. Homens aplicados, dedicados às práticas da espiritualidade, da vida fraterna e da missão, tudo com humildade. Homens que sentiram e sentem-se pertencentes a ordem dos frades menores capuchinhos.
Gratidão a todos os irmãos, que deixaram esta marca fraterna e missionária tão bonita. Gratidão aos confrades que ainda hoje não esmorecem, e mantêm viva a fraternidade e a missão capuchinha, aqui no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso e em Rondônia e no Haiti.
Gratidão a todos e a todos os homens e mulheres que participam das nossas comunidades. Muito obrigado pelo testemunho e pela ajuda de cada uma e de cada um, auxiliando no caminho de conversão de cada frei e numa mesma direção experienciando o amor de Deus, crendo neste amor e correspondendo a este amor.
Nossa súplica para que o Senhor Jesus neste tempo de preparação para a festa da sua encarnação nos faça cada dia um pouco mais Franciscos de Assis para que nunca renunciemos o chamado de sermos sinais de proximidade com o povo, sinais de ternura e de vigor, sinais de compaixão e reconciliação. Sinais de justiça e de paz”.
Após a missa, houve um momento de integração e almoço com os frades.