Franciscanos Capuchinhos do RS realizam encontros de formação

Franciscanos Capuchinhos do RS realizam encontros de formação

Com o objetivo de pensar na formação dos frades e ser um espaço de troca de saberes,  a Província capuchinha do Rio Grande do Sul realizou  neste início de primavera os encontros de formação permanente. Esta atividade que acontece anualmente reúne os frades para aprofundarem sobre alguma temática.

O primeiro grupo se reuniu em Porto Alegre nos dias 19 e 20 e o segundo grupo em Garibaldi nos dias 22 e 23 de setembro. "Fraternidade, identidade, pertença  e missão - pandemia e pós pandemia - reconstruindo relações cotidianas" foram os temas principais desenvolvidos pela assessora, a irmã franciscana da penitência e caridade cristã Mônica Azevedo.

 "A formação permanente é uma exigência e condição da vida religiosa, pois quando nos formamos  nos capacitamos para o cuidado mútuo e esse é um dos elementos centrais de nossa consagração" afirma a religiosa.  "Um processo formativo contínuo permite a renovação do frade e por consequência de toda a fraternidade, daí importância desses encontros" completa frei Claudelino Brustolin, um dos participantes.

Irmã Mônica acredita que a legenda franciscana conhecida como os ladrões do Borgo San  Sepolcro oferece elementos que contribuem para a reconstrução das relações fraternas e cotidianas. Conta a legenda que um bando de ladrões se escondiam nos bosques e saqueavam a redondeza e os transeuntes. Movidos pela fome foram ao eremitério dos frades para pedir comida. São atendidos, mas não sem remorsos destes: “Não é justo que demos esmola a esta casta de ladrões que tanto mal faz neste mundo”. Apresentam a questão a Francisco. Este sugeriu a seguinte estratégia: levar ao bosque pão e vinho e gritar-lhes: “Irmãos ladrões, vinde cá; somos irmãos e lhes trouxemos pão e vinho. Felizes, comem e bebem. Em seguida falem-lhe de Deus; mas não lhes peçam que abandonem a vida que levam porque seria pedir demais; apenas peçam que ao assaltar, não façam mal às pessoas.

 Numa outra vez, aconselha Francisco, levem coisa melhor: queijo e ovos. Mais felizes ainda os ladrões se refestelam. Mas ouvem a exortação dos frades: “larguem esta vida de fome e sofrimento; deixem de roubar; convertam-se ao trabalho que o bom Deus vai providenciar o necessário para o corpo e para a alma”. Os ladrões, comovidos por tanta bondade, deixam aquela vida e alguns até se fizeram frades. "Apresentar-se e principalmente agir como irmãos em relação aos que pensam diferente é a estratégia pedagógica que São Francisco encontrou para interromper os círculos de violência e estabelecer relações mais fraternas" concluiu a assessora.

As Constituições Capuchinhas dizem que a formação permanente é o processo de renovação pessoal e comunitária e de coerente atualização das estruturas e atividades, para nos tornar idôneos a viver constantemente a nossa vocação segundo o Evangelho na realidade concreta do dia a dia. E como a formação tende a transformação de toda pessoa em Cristo, deve prolongar-se por toda a vida tanto em ordem de valores humanos quanto à vida evangélica e consagrada, pois a formação tem por finalidade tornar a vida dos frades e das fraternidades sempre mais conforme a Cristo, segundo o Espírito franciscano-capuchinho. (Constituições Nº 23 e Nº41). 

Autor:
Assessoria de Mídias do RS
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