Interculturalidade na vida religiosa foi tema do Juninter

Interculturalidade na vida religiosa foi tema do Juninter

Entre os dias 10 e 11 de setembro, aconteceu em São Leopoldo, o segundo encontro de Juninter. O encontro, que teve como tema A Interculturalidade na Vida Religiosa Consagrada: um estilo de vida, foi assessorado pela Irmã Cleusa Andreatta. Este encontro tem por objetivo reunir os religiosos e religiosas que já realizaram a primeira Profissão Religiosa e estão na etapa formativa seguinte que vai até a realização dos votos perpétuos.

Os pós-noviços Franciscanos Capuchinhos do RS estavam representados pelo frei Barthelemy Wilgemps, que atualmente é estudante de Filosofia e reside na Fraternidade São José de Pelotas.

O encontro iniciou com um momento de oração e logo após começou a formação abordando o tema sobre a diversidade de culturas nas fraternidades formativas, não só de pessoas que vêm de outros países, mas de outros estados do Brasil mesmo. Foi conversado que a religiosidade é um dos valores mais importantes na construção do projeto de Jesus, porque dá continuidade a missão de Cristo: acolher, adaptar e conviver.

 Além dos momentos de oração e formação, este é um espaço para integração entre os religiosos e religiosas de diversas congregações, sendo um espaço bonito de partilha de experiências de vida e de missão.

Frei Barthelemy, diz que pode resumir o encontro com três verbos: denunciar, anunciar e convocar. Nós tivemos a oportunidade de conversar em grupo e compartilhar muitas ideias. Nos momentos de partilhas refletimos sobre alguns pontos negativos de situações que acontecem no dia a dia, na fraternidade, no campo da pastoral. Falamos também que a falta de escuta nos dificulta a enxergar a história do outro e isso impede uma convivência melhor. Mas também destacamos pontos positivos como a convivência na fraternidade, o respeito à cultura do outro, trocas de experiências de vida e de abertura para o outro. Afirmamos ainda que a cultura engloba valores, percepções, imagens, formas de expressão e comunicação e muitos outros aspectos que definem as pessoas e os grupos e quando todos são ouvidos e respeitados, a diversidade se torna uma riqueza pela fraternidade.

Continuou dizendo que: Ser comunidade na vida religiosa consagrada requer considerar as diferenças culturais como enriquecedoras e não ameaçadoras e nesta perspectiva a sinodalidade vai nos desafiar. Para viver a Interculturalidade em nossas comunidades precisamos olhar para o modo do ser, a abertura, a conversão sinodal, a escuta, a busca conjunta e construção de consensos e a cultura do encontro.

Sobre a intergeracionalidade, frei Barthelemy disse que na relação que existe entre os mais velhos e os mais novos, cada geração tem o seu lugar e sua função na construção de uma vida. Falando das relações intergeracionais, elas são interações que ocorrem entre os mais velhos e os mais novos, ou seja, os eventos históricos, sociais e experiências de vida. Nas nossas partilhas surgiram muitas coisas que nos dificultam de ter uma boa relação entre nós, por exemplo: a falta de suavidade nas abordagens, dono dos saberes, a falta de abertura, a frase no meu tempo sempre foi assim e tantas outras ideias. Nenhuma geração é autor desta dificuldade, ambas as gerações possuem sabedorias que podem ser desconhecidas para outra geração, mas para possibilitar essa convivência, é necessário fazer um percurso de mão dupla e aprendizado em reciprocidade.

Para mim, o encontro foi muito bom, os temas abordados foram bem provocativos, porque às vezes queremos culpar uma geração, no entanto, cada uma exerce sua responsabilidade no seu tempo e seu lugar. Pelo bom andamento, precisamos estar abertos para receber e dispostos para transmitir as experiências.

O próximo encontro de Juninter vai acontecer em novembro e contará com a presença de diversas Congregações e trabalhará sobre o tema: Jesus Cristo, a centralidade da consagração.

 

Autor:
Assessoria de Mídias do RS
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