Profissão Religiosa Noviciado 2021/2022

Profissão Religiosa Noviciado 2021/2022

Na presença dos frades, dos familiares e da comunidade, os Noviços frei Edimar de Azevedo, frei João Gabriel Renon, frei Jorge Antônio Pires de Andrade, frei Mateus Dalpizzol, frei Renato Almeida de Andrade e frei Riket Saint Jean, após vivenciarem o Ano Canônico do Noviciado, emitiram os Votos Religiosos e assumiram o compromisso de viverem um ano em obediência, sem nada de próprio e castidade junto a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

A missa contou com a presença de frades de diversas fraternidades e foi presidida pelo Ministro Provincial dos Franciscanos Capuchinhos do RS frei Nilmar Carlos Gatto.

Após a proclamação do Evangelho iniciou o rito da profissão, onde os jovens expressaram o desejo de fazerem parte da Ordem, e em seguida aconteceu o momento central da Profissão Religiosa. Os Profitentes, ajoelhados diante do altar, manifestaram publicamente a promessa de assumir e viver pela observância dos Conselhos Evangélicos, a Vida Religiosa Franciscano-Capuchinha, e frei Nilmar Carlos Gatto, Ministro Provincial, acolheu os pedidos. Com isto, passaram a fazer parte oficialmente da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Como sinal de consagração e entrega à vontade de Deus, cada um dos professos recebeu a veste de religioso capuchinho. Os familiares e confrades ajudaram a colocar o hábito capuchinho. Frei Nilmar disse aos freis: “Irmãos caríssimos, lembremo-nos de que o hábito que vestimos deve ser sinal tanto de nossa consagração a Deus como de nossa minoridade e de nossa Fraternidade. Recebam também o cordão. Que seja para vós o vínculo de amor à santa pobreza”.

Dando continuidade, o Ministro Provincial entregou a Regra e as Constituições dos Frades Menores Capuchinhos. Elas são o projeto de vida do Frei Capuchinho. Disse o Ministro Provincial: “ Recebam irmãos, a Regra e as Constituições de nossa Ordem, “o livro da vida, compêndio do Evangelho, caminho de perfeição, chave do paraíso, pacto de eterna aliança”, para que, observando-a, possais atingir a perfeita caridade”.

Após os frades cumprimentarem os neo-professos, frei Nilmar em sua homilia saudou os presentes e quem acompanhava, acolhendo todos e todas. De maneira especial, externou gratidão aos familiares dos freis que se deslocaram para acompanhar este momento, sendo um incentivo fundamental na caminhada.  Falou ainda da coragem dos jovens de quererem assumir esta forma de vida, sendo que existem outros caminhos, então parabenizou pela firme decisão, mostrando a coragem de alguém que foi chamado, ouviu a voz de Jesus, abriu o coração e assumiu esta forma de vida.

Frei Nilmar deu destaque ao lema escolhido pelos freis: “Reconhecemos a Jesus e vamos anunciá-lo a toda criatura'' (Mc 16,15), afirmando que é muito franciscano reconhecer Jesus e anunciar a toda criação de Deus, respeitando, amando, estando juntos e próximos. Prosseguiu dizendo: “Essa proposta que eles hoje prometem, eles tiveram este ano de noviciado como um tempo de provação, porque uso essa palavra provação: porque vocês viram que as leituras que apareceram, São Paulo foi provado, ele teve um tempo de provação para dizer: É Jesus que eu quero seguir, tanto que chegou um momento em que as pessoas diziam: aquele que antes tanto nos perseguia, agora está pregando a fé que antes procurava destruir. Veja o caminho que São Paulo fez, as provações que ele passou para ser um missionário de Jesus, e nós conhecendo a vida de São Paulo, sabemos que ele foi um missionário itinerante, incansável, cheio de criatividade e evangelizador. E a partir destas provações, ele adquire um coração ardente por causa do Evangelho. Por isso o noviciado, foi um tempo pra vocês definirem o seguimento a Jesus”.

Ao fazer menção a São Francisco disse: “São Francisco também viveu essas provações, ele reconhece a voz que o chama, a voz do Senhor. Ele reconhece Jesus  e anuncia a toda criatura. A provação vivida por São Francisco, fez com que ele escutasse o Senhor e seguisse o Senhor anunciando a toda criatura. Ele se entregou nas mãos do Senhor como o vaso na mão do oleiro, deixando ser moldado e transformado pelo Senhor e a graça do Senhor junto com a abertura do seu coração possibilitaram isso. E o Senhor hoje chama vocês para continuarem  reconhecendo Jesus e se relacionando profundamente com ele, como Maria no Evangelho de hoje, ela que naquele momento escolheu a melhor parte e também como Marta, não na agitação, mas na sensibilidade da alma, porque ela percebeu a necessidade de Jesus e das outras visitas e foi atender, foi servir  e cuidar. Então esse atendimento, serviço e cuidado, esta hospitalidade, gentileza e cordialidade, que vocês possam seguir isso com fidelidade”.

Prosseguiu dizendo que: “ São Francisco no Testamento (1-3) nesse processo de provação e conversão, ele disse assim: “O Senhor me concedeu iniciar uma vida de penitência, como se eu estivesse em pecado, parecia-me insuportável olhar para os leprosos” e depois ele diz: “ o que e parecia amargo, se me converteu em doçura da alma e do corpo, e depois que o amargo se converteu em mim em doçura da alma e do corpo, depois eu demorei bem pouquinho e abandonei o mundo, e segui Jesus”. Eu trago isso porque acredito que nós temos que transformar muito do amargo em doce e deve se refazer dentro da gente. E é essa transformação do amargo em doçura que vai permitir algumas coisas pra vocês agora junto conosco na Província, na Custódia e na Delegação Provincial. Essa conversão do amargo em doçura vai permitir que a gente abrace a vida fraterna, reconhecendo, valorizando e amando os outros. Ela vai permitir ter como marca maior o amor fraterno, a simplicidade e a alegria de São Francisco de Assis, e vai permitir o cultivo dos vínculos fraternos entre irmãos. Isso vai permitir recuperar a capacidade de amar e de sensibilizar diante das fraquezas e necessidades dos outros.  Vai me permitir partilhar, servir, acolher, cuidar, proteger meus irmãos, recuperar a ternura, o respeito, a bondade, a elegância, a cordialidade e a hospitalidade de Marta e de Maria em cada um de nós”.

Frei Nilmar concluiu dizendo que: “ Foi a transformação do amargo em doçura que permitiu São Paulo a ser  incansável, criativo e evangelizador, que permitiu a Maria ser contemplativa e reconhecer Jesus na oração e permitiu a Marta na gratuidade do serviço, com hospitalidade e respeito, sem esperar nada em troca, na percepção da necessidade do outro e que permitiu São Francisco na decisão de seguir Jesus com responsabilidade e disponibilidade. Então que vocês nos ajudem a nós fazer esse processo e é o pedido para que vocês diante da decisão que vocês tomam de testemunharem isso e nos ensinem a nós transformar as nossas amarguras e doçura da alma e do corpo”.

Na sequência frei Romeu Lucion, que representava a Custódia Brasil Oeste MT/RO e também é Mestre do Postulado II deixou a mensagem de gratidão por esse momento e por poder ter contribuído na formação dos freis e em seguida declamou o poema de sua autoria denominado Não estamos sós.

Ao final da Celebração, freis Jorge e Mateus deixaram sua mensagem em nome dos neo-professos destacando o processo formativo que tiveram e expressando com imensa alegria a ajuda e auxílio que tiveram de Deus, dos freis e da família. Recordaram os animadores vocacionais, os frades que integraram as fraternidades por onde passaram e que apoiaram durante a caminhada, em especial a deste ano do noviciado. Agradeceram ao povo de Marau, as pastorais e as comunidades pelo auxílio. E finalizaram expressando a gratidão à Província.

Frei Evaldo Freitas, que é Vigário Provincial e também Mestre do Noviciado disse: “ Meu sentimento pode se resumir em três palavras: gratidão, perseverança e fidelidade. Gratidão por ter esses seis jovens caminhando conosco, todo sentimento de um formador, da fraternidade, da Província também, depois de um ano é fazer a primeira colheita digamos assim. Eu já estou na caminhada há cinco anos, então essa é a sexta turma dos noviços, e que bom que novos frades estão dando seu sim, para dar continuidade a caminhada da Província, da Ordem, especialmente no seguimento do Evangelho nos passos de São Francisco de Assis.

Gratidão a Deus pela oportunidade de estar junto e estar junto com o jovem a gente sempre vai aprendendo e muito, talvez aquilo que a gente passa com ensinamento, seja pouco diante de tudo aquilo que a gente vai recebendo, a partir dos questionamentos, das ideias, da convivência, do compartilhar história de vida e dos sonhos que tem. Minha gratidão à Província na pessoa do frei Nilmar pela confiança e pela presença dos frades que passaram pelo convento para visitar o noviciado, dando apoio nas semanas de formação e também às congregações que tivemos a graça de caminhar juntos este ano.

Digo que a formação se dá no cotidiano, do dia a dia na fraternidade, por isso a fraternidade é fundamental, nos trabalhos manuais, na oração e junto à comunidade nas pastorais, e é bonito de ver o ânimo, o testemunho dos jovens e o apoio da comunidade, a oração e o incentivo que são fundamentais. Então, o meu desejo é que cada um de vocês continuem na caminhada aprofundando cada vez mais a sua história de vida, a história vocacional, a história de doação como Maria e Marta, escutando e estando aos pés de Jesus, reconhecendo a sua presença nas várias dimensões da nossa vida, na pastoral, no convívio fraterno no dia a dia e ao mesmo tempo servindo, anunciando a boa nova do Evangelho, essa é a nossa regra, então fidelidade à regra que é viver o Evangelho, do jeito, nos passos de São Francisco de Assis. Olhando para a sua juventude e também para tantas pessoas que desejam seguir São Francisco, vale a pena, o carisma franciscano é bonito, então vamos viver esse dom que Deus deu a cada um de nós, e quem mais jovens sintam-se chamados a seguir Jesus do jeito franciscano.

Ao final, os  professos assinaram o Documento da Profissão Temporária e logo após foi concluída a Missa de Profissão Religiosa com a benção. 

Autor:
Assessoria de Mídias do RS
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