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Retiros provinciais 2022
Com o propósito de pensar na formação, reencontro e também um tempo de rezar a vida e missão dos frades, anualmente acontecem os retiros provinciais. Neste sentido, durante este ano, nos meses de abril, maio, junho e julho aconteceram seis retiros com grupos diferentes de freis em Garibaldi/RS e na Casa frei Aldo Fardo em Rosa do Mar/SC. O tema proposto para este ano foi “Fraternidade: Identidade, Pertença e Missão”- Pandemia e Pós Pandemia: Reconstruindo Relações Cotidianas. Os encontros realizados contaram com as assessorias dos freis Laércio Duminelli da Luz, OFMCap; Carlos Raimundo Rockenbach, OFMCap; Nestor Inácio Schwerz, OFM e Vandrigo Zacchi, OFMCap.
Ao falar do retiro frei Carlos destacou que: “Após a conclusão dos seis retiros provinciais com a temática: “Fraternidade, Identidade, Pertença e Missão. Pandemia e Pós-pandemia: reconstruindo relações cotidianas”, sentimo-nos felizes e reconhecidos a Deus por sua graça transbordante em ter-nos proporcionado uma profunda experiência de um encontro, escuta, diálogo, a partilha e celebração da vida, fortalecendo assim, a nossa Fraternidade, cristalizando nossa Identidade, solidificando nosso senso de Pertença, alimentando em nós o encanto e o fervor profético na Missão Franciscano Capuchinha. Sentiu-se que os retiros, muito mais do que algo normativo, foram abraçados e vividos como uma graça e uma necessidade de vivermos uma profunda experiência de Encontro com o OUTRO (Deus), com os outros (Confrades a humanidade e a criação), e consigo mesmo. O tema do Triênio, tendo como pano de fundo o desafio de reconstruir relações cotidianas em tempos de pandemia e pós-pandemia, foi saboreado de forma contemplativa-orante, inspirando-se na prática da “oração mental” de Francisco, e dos frades do “alvorecer” da Ordem Franciscana Capuchinha, que apresentam “a oração a Deus, como respiração do amor, que nasce da moção do Espírito Santo, pela qual o homem interior se põe à escuta da voz de Deus que fala. Na oração, respondendo a Deus que nos fala, atingimos a plenitude enquanto saímos do amor próprio e, em comunhão, com Cristo e com os homens, passamos para Cristo Deus-homem” (CC 45,1.3). O desafio de orientar retiros para confrades, de uma grande responsabilidade e uma natural preocupação, torna-se uma grande graça, pois um retiro, muito mais do que conduzir reflexões e motivar momentos de silêncio, escuta, oração, partilha e celebração, é ação misteriosa e edificante do Espírito Santo que abre os corações, nos move no seguimento a Cristo, e nos conduz ao encontro íntimo com o Pai.
Já para o pós-noviço frei Cristian Martins de Almeida “Participar do retiro, para mim, é sempre um momento de graça. Sou grato por esta oportunidade que tenho a cada tempo. Faz bem para minha humanidade e para meu seguimento a Jesus Cristo. Acho maravilhoso poder parar e se achegar mais perto de Jesus, refletindo a vida e aspectos fundamentais na vocação de frade menor capuchinho. Sobretudo é maravilhoso poder encontrar sentido para tudo que sou e faço, e o retiro ajuda nisso. Retiro para mim é tempo de se perceber, de se compreender e de se reanimar para a vida e a vocação, como cristão e frade”.
Frei Laércio que assessorou o retiro afirmou que: “Sobre o tema do retiro, uma pergunta importante que São Francisco de Assis fez e ajudou ele a construir a própria identidade foi: Quem és Tu e quem sou eu? São Francisco no período de conversão, de entendimento da missão dele, de entendimento da vida dele, o que ele estava fazendo neste mundo, ele se perguntou Quem és Tu e quem sou eu? E essa pergunta que a princípio parece simples, ajuda a clarear a identidade. A nossa identidade só é entendida e compreendida quando nos confrontamos com Deus e a gente descobre quem é Deus. Só que isso é simultâneo, ao mesmo tempo que descobrimos que é Deus, nós descobrimos quem somos nós. Isto vale para todos os cristãos, para todos os batizados. Quem és Tu, e quem sou eu? Quem é Deus e quem sou eu? Então, essa dinâmica linda da identidade. Para nós que somos franciscanos Capuchinhos, além de descobrir quem é Deus e quem sou eu, nós temos a fraternidade, a essência da nossa identidade, formando essa tríade: Quem és Tu, quem sou eu e quem é a fraternidade? E a fraternidade vai nos mostrando que são as pessoas que convivemos, mas é uma fraternidade alargada, que daí vai para a missão, uma fraternidade que se faz com todas as pessoas, principalmente com os mais pobres e vulneráveis, que se faz com toda a criação, e por isso chamamos de irmão e irmã a criação e as criaturas. Então é esta a dinâmica da vida fraterna, esta foi um pouco a dinâmica do retiro, fazer com que o frade parasse, pudesse olhar pra Deus, pra si e para fraternidade, principalmente neste período de pós pandemia onde as relações fraternas e comunitárias ficaram fragilizadas, onde a relação com Deus também teve a tendência de ficar mais intimista, então dentro de tudo isso o retiro ajudou a reorganizar a nossa vida fraterna, nossa vida comunitária e o desejo de viver em comunidade.
Para o pós-noviço frei Djoleky Georges, depois de dois anos sem retiros, tivemos esta possibilidade de vivenciar este momento extraordinário, que nos possibilita estar em profunda intimidade com Cristo, sem preocupação com as rotinas cotidianas. Durante este tempo eu como frade capuchinho tive a experiência de me abandonar completamente nas mãos do meu Senhor refletindo sobre a minha essência como frei. Identidade, pertença e missão foi o tema que o nosso assessor frei Vandrigo nos levou a vivenciar em uma dinâmica especial, onde cada um tinha que experimentar a sua forma de estar junto de Deus, foi um tempo maravilhoso, específico e saboroso. Após tomar na fonte da vida, considero que estou mais reforçado para abraçar a minha missão junto do povo de Deus.