Frei Constantino de Cellore, OFMCap

4.12.1897
8.3.1985

Fr. Constantino de Cellore (João Gozzo)

Frei Constantino, filho de Luís Gozzo e Maria Spezie, nasceu em Cellore, Município de Illiasi, Diocese de Verona (Itália), aos 04.12.1897. Foi batizado com o nome de João, aos12.12.1897, e crismado no dia 18.09.1905.

Com 13 anos entrou para o Seminário de Rovigo. Iniciou o noviciado em Bassano del Grappa aos 26.08.1913tendo emitido a profissão temporária no mesmo local aos 01.09.1914.

Na Guerra - Durante o período de seus votos temporários foi convocado, com diversos companheiros de seminário,para a Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918).

Fr. Constantino recebeu um documento expedido pelo Município de Stra (Verona) aos 10.05.1920, no qual constava que ele fora convocado às armas, aos 14.10.1916. Da 6ª Companhia foi transferido ao 35º Regimento aos 15.01.1916; transferiu-se ao 260º Regimento aos 19.03.1917 e a seguir, para o 1º Campo de Prisioneiros de Guerra em 16.07.1917.Durante o tempo transcorrido sob as armas teve boa conduta e serviu com fidelidade e honra. Aos 28.11.1918 recebeu do Régio Exército Italiano a Condecoração Cruz ao Mérito de Guerra. Mais tarde, aos 02.06.1971, a Sociedade Cultural Italiana de Curitiba concedeu-lhe o Título de Cavaleiro de Vitório Vêneto, com a respectiva Cruz e Medalha. De vez em quando, com certa timidez, contava diversos fatos ocorridos durante a guerra.  

Retorno ao Convento - Retornando da guerra, emitiu os votos perpétuos aos 15.08.1921, nas mãos de Fr. Jacinto de Trieste, mais tarde nomeado Bispo. Foi ordenado presbítero na Basílica de São Marcos, de Veneza, aos 05.04.1924, pelo Patriarca Cardeal D. Pedro La Fontaine.

No Paraná - Convocado pelos Superiores para a missão do Paraná veio ao Brasil com os Freis Anselmo de São Mauro de Saline, Tarcísio de Bovologne, Inácio de Ribeirão Preto, Irineu de Pádua, Silvestre de Selva e Samuel de Cittadella. Partiram de Gênova, com o navio Duca d’Aosta, aos 17.09.1925, chegando em Santos aos 2 de outubro, em Jaguaraíva dia 7 de outubro daquele mesmo ano.

Sua vida religiosa e sacerdotal coincide com a história de nossa Província, pois aqui chegou apenas 5 anos depois que os capuchinhos vênetos tinham assumido a missão. Posteriormente se transformou em Custódia em 1937, Comissariado em 1957 e, finalmente, Província em 1968.

Todos esses eventos se constituíram em motivos de profunda alegria para Fr. Constantino: poder admiraros frutos da primeira semeadura, o crescimento e o desenvolvimento ao longo dessa caminhada franciscana e apostólica.

Exerceu seu ministério sacerdotal nas seguintes localidades: em Jaguariaíva (1925-1927; 1928-1929), São José da Boa Vista (1927), Cerro Azul (1929-1930; 1942-1944), Curitiba: Mercês (1931-1934;1962-1963; 1970-1985), Capinzal (1936-1941) - foi o primeiro frade a residir em Santa Catarina; Assaí (1946-1948), Santo Antônio da Platina (1949), Reserva (1950-1952),Engenheiro Gutierrez (1953-1958), Siqueira Campos (1960-1962), Ponta Grossa-Bom Jesus (1964-1969). Nestes lugares exerceu o serviço de Vigário Paroquial, Pároco, Reitor de Igrejas. Nas fraternidades citadas serviu como Superior Local, Diretor dos Freis Irmãos, Professor, Vice-Superior Local, Diretor Espiritual dos Seminaristas.  

Era muito fraterno. Sabia desculpar e justificar a todos, e jamais podia se ouvir um juízo negativo a respeito de algum irmão. Todos eram bons para ele. Os superiores não encontravam dificuldades em transferi‑lo, sempre que as circunstâncias o exigissem, e todas as fraternidades ficavam gratificadas com a sua presença. Sempre dizia "sim".

Passou seus últimos anos de vida no Convento das Mercês, acolhendo, confortando e benzendo numerosíssimas pessoas que a ele recorriam. Como Capelão do Hospital Nossa Senhora das Graças, após o almoço, sempre que podia visitava todos os doentes, dando-lhes esperança e confiança no Senhor. Era “o Frei das Bênçãos, dos doentes, do 'sim, sim'; 'reze três Ave‑Marias’ para Nossa Senhora, a querida Mãe do Céu”. Foi incansável no atendimento às confissões, tanto do povo como do clero e religiosos, a exemplo do seu santo confrade São Leopoldo Mandic, Apóstolo do Confessionário.

Faleceu no dia 08.03.1985 no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba com 87 anos de idade, 70 de Vida Religiosa, 61 de Sacerdote e 59 de Missionário. Aos seus funerais, estavam presentes Dom Pedro Fedalto (Arcebispo de Curitiba), Dom Albano Cavallin(Auxiliar de Curitiba), Fr. Flávio R. Carraro, (Ministro Geral), Fr. João Daniel Lovato (Ministro Provincial), 34 sacerdotes, religiosos e grande multidão de fiéis.

           Está sepultado no Cemitério de Botiatuba.

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