Frei Crispim de Vigorovéa, OFMCap

12.4.1899
22.8.1963

Frei Crispim de Vigorovéa (Leão Lourenço Baldo)

Frei Crispim, filho de Ângelo Baldo e Antônia Maziero, nasceu aos 12.04.1899 em Vigorovéa, Diocese de Adria, na Itália. Quatro dias após foi batizado com o nome de Leão Lourenço. Recebeu a Primeira Eucaristia dia 10.07.1910, e foi crismado aos 05.06.1913.

Entrou para o Seminário de Rovigo aos 21.07.1913. Recebeu o hábito capuchinho aos 19.05.1916 em Bassano del Grappa, sendo mestre de noviciado Fr. Teodorico de Codróipo, e ali mesmo emitiu a profissão temporária aos 20.05.1917.

Na Guerra - Um mês após emitir a profissão temporária, ou seja, aos 24.06.1917, foi chamado a servir o exército na 2ª Infantaria de Savóia, recebendo baixa três anos após, ou seja, aos 24.06.1920. Após áspero combate, recebeu a missão de vigiar alguns prisioneiros. Seu bondoso coração não aguentou. Olhou ao redor e percebeu que estava sozinho. Por isso, com alegria de todos, gritou aos presos: “Voltem, corram para suas trincheiras, reentrem em suas linhas!”. E indicou-lhes o caminho mais breve. Assim era seu coração: Compreensivo e franciscano! Seu espírito exultou quando definitivamente deixou a farda militar, retornando ao convento para continuar os estudos de Filosofia e Teologia. Emitiu a profissão perpétua em Veneza, aos 14.10.1923. Foi ordenado sacerdote aos 28.03.1925 pelo Cardeal Patriarca Pedro La Fontaine, na Basílica de São Marcos, em Veneza. No período de 1926 a 1947 permaneceu na Itália, exercendo seu apostolado em Rovigo, Ádria, Villafranca, Ásolo, Lendinara e Pádua.  

No Paraná - Em 1938 pediu para ser enviado como missionário na Abissínia, África. As contingências históricas não permitiram que seu desejo se realizasse. Não desanimou. Com 48 anos de idade renovou o pedido. Foi então enviado ao Brasil, e, no dia 21.10.1947, no Porto de Gênova, Fr. Crispim embarcou no navio Campana da Societé de Navigation de Marseille rumo ao Brasil, com os Freis, Norberto de Capodístria, Cleto de Maserà, Gilberto de Badia, Donato de Ênego, Germano de Lion e Valério de Pescantina. Passaram por Dakar aos 27.10.1947. Desembarcaram no Rio de Janeiro no dia 07.11.1947. Dali, por terra foram a São Paulo, chegando a Curitiba dia 15.12.1947.

Aqui realizou seu apostolado nas seguintes localidades: Joaquim Távora (1948; 1949-1951); Barra Fria (1948; 1953-1955); Curitiba: Mercês (1948); Botiatuba (1948-1949; 1955-1956); Jaguariaíva (1951-1952); Jataizinho (1952-1953); Ponta Grossa: Imaculada (1956-1957) e Santa Lúcia (1957-1963).

Com retidão e alma transparente soube dedicar se ao trabalho, esquecendo-se de si mesmo para o bem dos irmãos. Todos lhe queriam bem. Sua maneira de falar simpática, arguta, com suas inesperadas saídas, ditas com grande seriedade, despertavam o bom humor e alegres risadas. Austero, rijo consigo mesmo, mas amigo indulgente e compassivo com os outros, Fr. Crispim tornou-se uma figura peculiar de capuchinho que em tudo procurou cumprir fielmente a vontade de Deus.

Em Santa Lúcia (atualmente capela de Capinzal), com sacrifício e bom gosto, terminou a construção da Igreja Matriz. Durante seis anos visitou as capelas, abençoou as casas. Nele, todos encontravam um coração que sabia compreender e amar. Anunciava o Evangelho com sua vida de oração e com sua palavra simples e amiga.

Na noite de 22.08.1963, quando voltava dos festejos dos 25 anos de Sacerdócio de Fr. Patrício de Nébola, Superior dos Capuchinhos do PR e SC, Fr. Crispim faleceu num acidente de carro. Contava 64 anos de idade, 46 de Vida Religiosa, 38 de Sacerdócio e 15 de Missionário.

Foi sepultado no Cemitério de Santa Lúcia, Distrito de Ouro-SC.

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