Frei Elias, filho de Domenico Zulian e Giovanna Dorigan, nasceu em Postioma, Diocese de Treviso, Itália, no dia 09.08.1920. Cinco dias após foi batizado com o nome de Eugênio, e crismado no dia 14.10.1928 pelo Capuchinho Dom André Jacinto Longhin.
Entrou para o Seminário de Rovigo com 12 anos de idade, dia 01.09.1932. Vestiu o hábito capuchinho em Bassano aos 19.07.1938 recebendo o nome de Frei Elias de Postioma. Emitiu os votos temporários dia 20.07.1939, e os votos perpétuos em Veneza, aos 28.05.1944. Foi ordenado sacerdote aos 09.09.1945, na Igreja do Santíssimo Redentor, em Veneza, pelo Bispo Capuchinho D. Cornélio Sebastião Cuccarollo.
Na Província Vêneta exerceu o apostolado nos seguintes lugares: Auxiliar do Capelão do Cemitério em Údine (1947), Trieste (1948) e Auxiliar do Capelão do Hospital Civil de Veneza 1949).
No Paraná - Aos 08.07.1949, foi destinado como missionário ao Paraná. Partiu de Gênova com Fr. Celestino Coletti aos 22.10.1949 no navio Anna Costa. Ao embarque estavam presentes um irmão, uma irmã e sua mãe, dona Giovanna. Enquanto os irmãos choravam, a mãe, na sua dor, mas sem derramar uma lágrima, recordou-lhe o que havia dito antes do seu ingresso ao Seminário: “meu filho, pense bem no que você está fazendo... Veja! A porta desta casa está aberta para sua partida, mas ficará fechada para o seu retorno. Assim lhe falei. Agora, após ter-me pedido a bênção para ir à missão, a minha atitude não mudou. Vá e cumpra o seu dever até o fim... Desta vez não quero chorar, pois sei que você está para assumir uma Missão Sacrossanta”. “Eu, escreveu Fr. Elias, não aguentei o que estava acontecendo; retirei-me na minha cabina e prorrompi em prantos”. Logo seu companheiro Fr. Celestino de Veneza, que viajava com ele para o mesmo campo apostólico, com seu jeito humorístico, lhe animou o espírito. A travessia foi rápida. Desembarcaram em Santos aos 09.11.1949 e foram recebidos por Fr. Cleto Barbiero. Chegaram a Curitiba aos 12.11.1949.
Em nossa Província Fr. Elias exerceu o apostolado em três localidades: Barra Fria (1949); Bandeirantes (1950-1951); Ponta Grossa: São Cristóvão (1952-1976). Nestes lugares atuou como Professor, Vigário Paroquial, Pároco, Capelão da Rede Ferroviária do Paraná e Santa Catarina.
Mas foi na Capelania dos Ferroviários, com sede na Vila Oficinas, Ponta Grossa, que nosso confrade mais missionou. Segundo estatística de 1967, as estações sob a jurisdição da Capela Ferroviária São Cristóvão, alcançavam o total de 267.
No trem, nas vagonetes, nos núcleos ferroviários, na Igreja de São Cristóvão, Fr. Elias não se poupava pelo bem de seus assistidos. Era um frei muito dinâmico. Para o bem-estar de seus ferroviários em Vila Oficinas dirigiu o trabalho nas construções do Colégio do Primeiro Grau, Escola Doméstica, Salão Paroquial, Cine Pax, e a nova Igreja Matriz. Legalizou a difícil questão dos terrenos em Vila Oficinas. Somente a morte o impediu de levar a termo o seu sonho: A “cidade dos meninos” em Cara-cará.
Foi Diretor Espiritual dos Movimentos de Cursilhos de Cristandade. Além destas suas atividades, trabalhou como responsável pela Ordem Franciscana Secular em âmbito local e provincial. De 1970 até 1973 foi membro da Secretaria de Economia da Província. No dia 27.11.1975, durante o 3º Capítulo Provincial, foi eleito 3º Definidor Provincial. No início de 1976 assumiu o Serviço de Ecônomo Provincial, substituindo Frei Lourenço Kachuba.
Frei Elias sempre demonstrou ser um Capuchinho pobre e modesto; um apóstolo ardente e dinâmico, um Sacerdote caridoso para com os irmãos.
Faleceu de infarto no dia 13.08.1976, em Ponta Grossa. Seu rosto se recompôs na mais plácida serenidade, e parecia iluminado pelo sorriso. Contava 56 anos de idade, 37 de Vida Religiosa, 31 de Sacerdócio e 27 de Missionário no Paraná.
Foi sepultado no interior da mesma igreja que ele construiu, na Vila Oficinas, em Ponta Grossa. Mais tarde seus restos mortais foram transladados para o Cemitério dos Freis, em Botiatuba.
