Frei Francisco nasceu aos 03.03.1911, em Campo Magro, região metropolitana de Curitiba/PR. Era o caçula dos 9 filhos do casal Alexandre Panzarini e Graciosa Migliorini. Foi batizado com o nome de João, no dia 17.04.1911, e crismado aos 20.01.1913 por Dom João Francisco Braga.
Quando ia completar 20 anos de idade, aos 19.02.1931 ingressou no Convento Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba. Recebeu o hábito capuchinho aos 23.08.de 1933 em Nova Trento (hoje, Flores da Cunha - RS) com o nome de Frei Francisco de Campo Magro. Emitiu a profissão temporária dia 24.08.1934, no mesmo lugar. Fez a profissão perpétua aos 04.10.1937 em Botiatuba. Foi o primeiro professo da missão.
Ao longo de sua vida Fr. Francisco prestou o serviço de Cozinheiro, Assistente de Seminário, Esmoler, Chacareiro, Hortelão, Vinhateiro, Sacristão, Floricultor, Orquidófilo e Pastoral das Bênçãos nas seguintes localidades: Curitiba, (1934-1935; 1951-1952; 1958-1966; 1989-2007); Botiatuba (1936-1941; 1953-1954); Barra Fria (1942-1945; 1947-1950); Joinville (1946); Engº Gutierrez (1955-1956); Ponta Grossa: Bom Jesus (1967-1988).
Frei Francisco amou muito a espiritualidade, os costumes e valores da vida capuchinha. Foi muito dedicado em todos os serviços que os Superiores lhe confiaram. Além de cultivar sua vida espiritual, gostava e se alegrava com os momentos de lazer. Contava seguidamente histórias de sua vida, algumas delas curiosas e interessantes. Descreveu, com pormenores, sua entrada no convento, sua viagem pelos matos do Açungui, a fisionomia espiritual dos primeiros frades que ele conheceu. Enfim, gostava de escrever. Fez diversas poesias, sempre com fundo histórico, sobre algumas de nossas casas.
Em Ponta Grossa e Curitiba tornou-se muito popular. Os meios de comunicação gostavam de entrevistá-lo e publicar sua fotografia com a longa e simpática barba.
Tinha bom gosto e muita criatividade na ornamentação solene e grandiosa dos altares, nas festas e casamentos, especialmente nas Igrejas Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba e Bom Jesus, em Ponta Grossa. No Natal, alegrava-se em montar presépios, nestas igrejas, sempre com criatividade.
Amava a natureza em todos os seus aspectos. Tratava de animais, de passarinhos e de todo ser vivente que via. De maneira especial seu amor se manifestou no campo das orquídeas. Associou-se a entidades dos orquidófilos em Ponta Grossa, onde foi Presidente durante oito anos. Participava, com entusiasmo das reuniões, das exposições, de expedições em busca de novas orquídeas. Tomou parte em exposições em Ponta Grossa, Curitiba, Joinville e até em São Paulo. Ganhou inúmeros prêmios, medalhas, troféus com suas orquídeas e demais atividades. Em Ponta Grossa recebeu o Título de Cidadão Pontagrossense (1994), além de outros Títulos.
Viajou para a Itália duas vezes: em 1968 e em 1988. Na primeira vez, conheceu seus tios maternos e paternos, e muitos outros parentes (seus pais nasceram e se casaram na Itália).
Em Curitiba, nos seus últimos anos de vida atuou com muito zelo na Pastoral das Bênçãos.
Fr. Francisco faleceu no Hospital Nossa Senhora das Graças no dia 11.08.2007, Festa de Santa Clara. Contava 96 anos de idade e 73 de Vida Religiosa, e foi sepultado em nosso Cemitério de Botiatuba.
