Frei Gaspar, filho de Francisco e Ângela Zonta, nasceu a 01.10.1912, em Fellette, Município de Romano d’Izzelino, Província de Vicenza, Diocese de Pádua, Itália. No dia seguinte foi batizado com o nome de Afonso, e crismado aos 14.10.1919. É o terceiro de cinco irmãos.
Com 9 anos de idade ingressou no Seminário Diocesano de Pádua, e ali recebeu a Primeira Eucaristia no dia 22.05.1922.
Após uns anos neste Seminário Diocesano, sentindo se chamado pelo ideal franciscano, passou ao Seminário de Verona. Recebeu o hábito capuchinho em Bassano de Grappa aos 07.09.1930, sendo mestre Fr. Rufino de Cadore. Emitiu a profissão temporária aos 08.09.1931, em Bassano, e a profissão perpétua em Pádua, aos 28.10.1934, nas mãos de Fr. Giocondo de Villafranca.
No Paraná - Terminado o Curso de Filosofia e tendo cursado dois anos de Teologia em Veneza, movido por ideal missionário, deixou a sua Pátria e viajou para o Brasil, onde terminou os estudos. Fr. Gaspar fez parte do grupo de Freis Vênetos que vieram ao Paraná: Fr. Natal de Rosá, Fr. Erasmo de Loreo, Fr. Honório de Bassano, Fr. Patrício de Nébola, Fr. Santes de Povegliano. Partiram de Trieste com o navio Neptunia aos 05.01.1939. O navio parou em Recife aos 16.01.1939, mas desembarcaram em Santos aos 20.01.1939 e chegaram em Curitiba aos 22.01.1939. Era o início da Segunda Guerra Mundial.
Foi ordenado sacerdote aos 04.06.1939, na Igreja das Mercês, juntamente com Fr. Santes de Povigliano, pelas mãos do Arcebispo de Curitiba, Dom Ático Eusébio da Rocha.
Atuou como Formador em Botiatuba (1940-1943; 1949-1952); E no Convento de Botiatuba durante cinco anos (1944-1948), foi Mestre de noviços, contando se entre eles, o Bispo Dom Agostinho de Capinzal. A seguir, Diretor dos Teólogos, nas Mercês, Curitiba (1953-1954).
Em 1955 atuou como Pároco na Paróquia de Cruzeiro do Oeste e lá permaneceu até 1966. Esta paróquia abrangia quase todo o território da atual Diocese de Umuarama. Seu trabalho nesta região, paróquia recém criada, foi assinalado por ardente zelo e paternal amor pelas pessoas. Visitava frequentemente as comunidades da paróquia, atendendo sempre com carinho e sem distinção a todos os fiéis. Enriqueceu a sede paroquial com a comunidade das Irmãs Vicentinas. A estadia de Fr. Gaspar em Cruzeiro do Oeste foi tão marcante pelo seu zelo e santidade e tão querido pelo povo, que Ihe foi concedido o Título de Cidadão Honorário.
Fr. Gaspar, pastoralmente, incluiu se no elenco dos pioneiros que desbravaram o norte novíssimo do Paraná. Indulgente, acessível, brando, piedoso, bondoso, afável, nunca media esforços em trabalhos e sacrifícios.
Em 1965 naturalizou se brasileiro e foi nomeado Diretor dos Filósofos no Convento Bom Jesus, em Ponta Grossa (1965-1966). Eram os tempos turbulentos pós conciliares. Por isso Fr. Gaspar sofreu muito. Em 1967 foi nomeado Pároco da Imaculada Conceição, em Ponta Grossa. De 1967 a 1973 fez parte de nosso grupo missionário, com residência em Ponta Grossa.
Inconformado com a onda de renovação conciliar, em 1975 ingressou no recém-fundado Instituto dos Frades Menores Missionários. Ali exerceu a função de Mestre de Noviços e de Superior das Casas de União da Vitória e Toledo.
No dia 03.07.1985 faleceu enquanto era levado ao Hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa. Contava 73 anos de idade, 55 de Vida Religiosa, 46 de Sacerdote e 46 de Missionário.
A Missa Exequial foi presidida por Dom Geraldo M. Pellanda, Bispo de Ponta Grossa, concelebrada por Dom Agostinho (José Benito Sartori), Bispo de Palmas, por Frei João Daniel Lovato, Ministro Provincial dos Capuchinhos e mais 24 Sacerdotes, dos quais 10 Capuchinhos. Foi sepultado no Cemitério Chapada, próximo ao Convento dos Frades Menores Missionários.
