Frei Henrique, filho de José Breda e Santa Bresolin, nasceu em Paese, Diocese de Treviso, aos 19.11.1899. Foi batizado no dia seguinte. Recebeu o Sacramento do Crisma das mãos de Dom André Longhin (hoje beato), na Capela do Bispado (Treviso), aos 08.11.1906.
Ficou por alguns anos no Seminário de Rovigo.
Na Guerra - Na Primeira Guerra Mundial foi chamado às armas e apresentou-se no dia 14.06.1917. Foi elevado a “Caporale” no dia 20.01.1918. Foi ao campo de batalha dia 14.04.1918, mas o abandonou aos 29.05.1918 por ter adoecido. Após o final da Guerra, aos 15.03.1921 recebeu a declaração de boa conduta e por ter servido a Pátria com fidelidade e amor.
Aos 11.04.1921 entrou, como colaborador, na Casa Buoni Fanciulli de Verona sob a orientação do Servo de Deus Pe. João Calábria. No mesmo ano, foi para Treviso e frequentou o Seminário Diocesano, como externo. Enquanto zelava da Igreja de São Nicolau (1922-1925), amadureceu sua vocação religiosa e sacerdotal, que a realizou com os Capuchinhos de Veneza. Com o documento de boa conduta, foi aceito pelos capuchinhos e ingressou no Noviciado de Bassano del Grappa aos 10.11.1925, onde emitiu sua primeira profissão aos 14.11.1926. Em Veneza, emitiu a profissão perpétua aos 08.12.1929. Na mesma cidade foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca D. Pedro La Fontaine aos 15.03.1930, com 30 anos de idade.
Seu primeiro apostolado foi no Hospital Civil de Veneza onde serviu durante um ano e meio. Era admirado pela sua piedade, zelo e pelo seu amor que infundia nos doentes à Nossa Senhora da Saúde.
No Paraná - Nesta época, encaminhou ao Ministro Provincial o pedido de ser missionário no Brasil. Foi atendido e despediu-se na capela do mesmo hospital onde trabalhava.
Partiu de Nápoles com o navio Martha Washington aos 02.12.1931. Desembarcou em Santos aos 12.12.1931, dirigindo-se para Jaguariaíva, PR, onde chegou aos 20.12.1931.
Durante o ano de 1932 atendeu Carlópolis e São José da Boa Vista, residindo na Fraternidade de Jaguariaíva. Por vários anos foi Vigário Paroquial ou Pároco em Santo Antônio da Platina (1933-1941; 1950-1952). Em seguida, trabalhou em Botiatuba (1942-1944; 1946-1948), Jaguariaíva (1944), Ponta Grossa: Imaculada Conceição (1948), Ribeirão do Pinhal (1954).
Era religioso de caráter tenaz, mas muito compreensivo. Distinguiu se pelo seu notável amor à Ordem Capuchinha, pela pobreza, obediência e devoção sincera a Nossa Senhora das Dores.
Desempenhou com prudência e suavidade o cargo de Conselheiro da Custódia Provincial. Foi Educador no Seminário, Superior Local, Mestre de Noviços, Conselheiro da Custódia. Em Jundiaí do Sul-PR, realizou com grande sacrifício e amor o projeto da bela Igreja Matriz dedicada a São Francisco de Assis. Era muito estimado pelo povo desta cidade, ao que ele correspondia. Na sua época, esta igreja era a melhor do Norte Pioneiro do Paraná. Iniciou e incrementou a devoção à Nossa Senhora da Saúde ao povo de Santo Antônio da Platina. Naquela matriz ainda existe o altar e as estátuas que ele mandou edificar.
No dia 10.10.1956 à noite, sentiu-se mal, faltando-lhe o ar para respirar. Saiu do quarto pedindo ajuda. Imediatamente foi socorrido por Fr. Guilherme de Magredis. Pediu a absolvição. Depois da meia-noite, sentado em sua cama e ainda rezando a Ave Maria entregou sua alma a Deus. Era a Festa da Maternidade de Nossa Senhora. Contava 57 anos de idade, 30 de Vida Religiosa, 26 de Sacerdócio e 25 de Missionário. Foi sepultado na Matriz de Santo Antônio da Platina, ao lado do seu predileto altar da Madonna della Salute. Mais tarde, seus restos mortais foram transladados para o Ossário da Capela-Cemitério de Botiatuba.
Aos 14.08.1965, durante os festejos dos 25 anos de Fundação de Santa Amélia-PR, por iniciativa do Pe. Almir dos Santos foi inaugurado um busto em homenagem a Frei Henrique, considerado o Fundador desta Cidade Paranaense.
