Frei Luiz de Cimitile, OFMCap

4.9.1837
15.6.1902

Frei Luiz de Cimitile (Miguel Mercogliano)

Frei Luiz de Cimitile, filho de Felice Mercogliano e Maria D’Amore, nasceu em Cimitile (Província de Nápoles), na Itália, aos 04.09.1837. Foi batizado no mesmo dia com o nome de Miguel.

Entrou para a Ordem Capuchinha na Província de Nápoles, recebendo o hábito no dia 24.12.1854, em S. Agnello di Sorrento com o nome de Fr. Silvestre de Cimitile. Emitiu os votos temporários aos 09.12.1855, neste mesmo local, e os votos perpétuos, aos 15.04.1858. (Não se sabe por que trocou o nome de Silvestre para Luiz). Foi or¬denado sacerdote aos 08.12.1861.

No Brasil - Chegou ao Brasil em janeiro de 1865, como missionário apostólico, acompanhado pelos Padres: Fr. Jerônimo de Montefiore e Fr. José Maria de Loro. Esteve um ano no Rio de janeiro, onde os capuchinhos tinham a sede do Comissariado Geral das Missões junto à Corte. Era Comissário Geral, nesta época, Fr. Caetano de Messina. A ele cabia a tarefa, de acordo com os funcionários do Império, de destinar seus confrades às diversas regiões da missão.

No Paraná - Por sugestão do Conselheiro Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá, paranaense de nascimento, então Ministro da Agricultura, Fr. Luiz foi designado à Província do Paraná, para a catequese e civilização dos índios, onde já trabalhava Fr. Timóteo de Castelnuovo.

Frei Luiz chegou na Colônia Militar de Jataí, mais precisamente no Aldeamento de São Pedro de Alcântara, Paraná, no dia 09.01.1866. Ali permaneceu não mais de um ano, tempo suficiente para ganhar, com Fr. Timóteo, a necessária experiência que o enriqueceu nos posteriores trabalhos a ele confiados. Junto a Fr. Timóteo familiarizou-se com a língua dos nativos.

Trabalhou por 10 anos no Aldeamento de São Jerônimo da Serra, levando o à prosperidade. Este homem de têmpera dinâmica, enquanto conseguia a escola e realizava a instrução religiosa, realizou um plano de obras: construção de casas, estradas, canalização de água, que deram ao Aldeamento um grande progresso. Em 1880 São Jerônimo contava mais de 400 índios já convertidos e semicivilizados.

Em janeiro de 1881 Fr. Luiz deixou São Jerônimo e foi realizar outras missões em Guarapuava.

Em 1882 viajou para a Itália com intenção de trazer outros missionários. Por um ano dirigiu os trabalhos na construção da Catedral de Curitiba, de novembro de 1883 a outubro de 1884. A seguir, o governo o encarregou a um importante trabalho em Santa Catarina: Trabalhar com os colonos italianos de Urussanga, apaziguando os índios Botocudos que haviam atacado a dita colônia, assassinado alguns emigrantes. Havia um clima de guerra entre os índios e colonos. Frei Luiz havia conseguido alguns indiozinhos botocudos (quatro meninos e uma menina). Batizou-os em Desterro (atual Florianópolis), para ver se conseguiria atrair índios adultos por meio deles. No início não obteve nenhuma aproximação. Decidiu ficar em Urussanga com os colonos. Foi o primeiro a permanecer entre eles. Por fim, tornou-se líder dos imigrantes e dos índios e com eles dirigiu a construção da Igreja Matriz, ajudando-os até carregar pedras, deixando-a rebocada e terminada. Estava relativamente bem quando em 1886 recebeu uma daquelas inesperadas transferências para a Amazônia. Não aceitou, alegando cansaço e falta de saúde. Voltou para a Itália e foi nomeado Diretor do Colégio Missionário São Fidélis em Roma.

Faleceu em Cimitili, sua cidade natal, aos 15.06.1902 com 65 anos de idade, 47 de Vida Religiosa, 40 de Sacerdócio e 20 de Missionário.

por
Frei Luiz de Cimitile, OFMCap

Posts Recentes

No items found.

Posts desse autor

Nenhum post publicado