Frei Mário de Irani, OFMCap

2.12.1935
19.12.1963

Frei Mário de Irani, OFMCap

(Luciano Galvan)

Frei Mário, filho de Luiz Galvan e Angelina Camuzatto, nasceu aos 02.12.1935 em São Sebastião do Herval, Município de Campos Novos-SC. Foi batizado com o nome de Luciano, no dia de Natal do ano 1935. Foi crismado por Dom Daniel Hostim, Bispo de Lages, em Joaçaba-SC, aos 29.07.1938.

Entrou para o Seminário de Barra Fria (hoje Lacerdópolis-SC) com 11 anos de idade, aos 25.06.1947. Em 1950 foi para o Seminário de Botiatuba, e em 1953 para o Santa Maria, em Irati.

Recebeu o hábito capuchinho com 18 anos de idade, no dia 01.02.1954, em Barra Fria, com o nome de Frei Mário de Irani, sendo o mestre de noviciado Fr. Germano de Lion. Ali emitiu os votos temporários aos 02.02.1955, nas mãos de Fr. Zacarias de S. Mauro, Visitador de Veneza. Emitiu a profissão perpétua aos 02.02.1962, na Capela do Hospital Nossa Senhora das Graças, sendo Fr. Patrício de Nébola o Comissário Provincial. Em Curitiba, no Convento das Mercês, estava concluindo o primeiro ano de Filosofia, quando lhe ocorreu triste fatalidade. Ele mesmo descreveu o acidente em sua autobiografia escrita no Hospital Nossa Senhora das Graças: “Era o dia 11.11.1955 (...) Frei Amadeu de Capinzal e eu marchamos torre acima (das Mercês) em busca de uma corda. (...) Partimos. (...). Chegamos (no pasto da casa dos pais de Fr. Estanislau de Pilarzinho). Conversamos alegres até chegarem os portadores dos instrumentos. Amarrada uma pedra numa das pontas da corda, experimentamos lançá-la por cima de alguns galhos do pinheiro. Falharam os primeiros golpes. (...) De novo... pegou! Fiz o Sinal da Cruz e toquei para cima. Parei numa forquilha, ali posta com antecedência. Naquele momento, um frei, da outra banda do córrego começou a rolar pedras morro abaixo fazendo um barulhão danado (...). Por um triz não arrepiei caminho. (...) Enfim, abracei o pinheiro, agarrei a corda e subi. Fui indo. Parei. Não dava mais. De baixo, os demais gritavam: “Mais um pouco! Está perto! Força!”. Qual o quê! Faltou gasolina. O único recurso era voltar. E voltei. As forças iam faltando. Procurei alcançar logo a forquilha. Naquilo me desprendi. Rolei para baixo e cai quase de costas. Quis levantar... da cintura para baixo estava tudo amortecido. Quis falar e consegui gaguejar um pouco. Percebi logo que fraturara a espinha dorsal. O que senti no momento não sei descrever. Os companheiros queriam convencer-me que não era nada, mas estavam mais espantados do que eu. Transportaram-me um pouco mais para cima e fiquei deitado na grama. Dois estudantes correram para o Convento (das Mercês) avisar o diretor. Logo depois chegou o jipe para me carregar ao hospital. Não foi possível. Uma hora depois chegou uma ambulância. Como foi horrível a viagem (...)”.

Frei Mário nunca mais pôde levantar se, pois havia fraturado a espinha dorsal, tornando-se paraplégico. Tinha apenas 20 anos.

Superiores e confrades fizeram de tudo com médicos e especialistas para recuperar os movimentos de Fr. Mário. Um médico que o acompanhava suspeitou que a medula estivesse apenas comprimida e propôs ao Guardião das Mercês, Fr. Cassiano (Orlando Busatto), fazer uma cirurgia da vértebra, com esperanças de recuperação. A proposta foi aceita e Fr. Orlando assistiu a cirurgia. Infelizmente, não obstante esta intervenção, o estado de Fr. Mário continuou irreversível. Ao invés de lamentar-se, procurava ser útil, ocupando o tempo com aulas complementares, trabalhos artesanais e confecção de terços.

Merece destaque especial as Irmãs Vicentinas que dispensaram cuidado peculiar a Fr. Mário nos oito anos em que permaneceu no Hospital Nossa Senhora das Graças.

Frei Mário faleceu neste hospital no dia 19.12.1963. Contava 28 anos de idade, oito de Votos Temporários e um ano e 10 meses de Votos Perpétuos.

Seus restos mortais repousam na Capela-Ossário de Botiatuba.

por
Frei Mário de Irani, OFMCap

Posts Recentes

No items found.

Posts desse autor

Nenhum post publicado