Frei Patrício de Nébola, OFMCap

4.4.1911
5.4.1981

Frei Patrício de Nébola (Isidoro Kodermaz)

Caçula de nove filhos, entrou a fazer parte do Lar de Miguel Kodermaz e de Carolina Sturm, aos 04.04.1911, na risonha Nébola rodeada dos bosques eslavos, Município de Dolegna del Cóllio, Gorízia, na Iugoslávia. Foi batizado quatro dias depois com o nome de Isidoro, na Paróquia São Floriano, em Fleana, Gorizia, e crismado dia 14.10.1917, nesta paróquia por Dom Anastásio Rossi, Arcebispo de Údine, Itália.

A exemplo de Luís, seu irmão mais velho, ingressou no Seminário Diocesano de Gorizia, com 14 anos. Conta-se que, diante da morte de um pároco capuchinho, tivesse decidido um dia substituí-lo. Após ter passado três meses com seu irmão Luís, Sacerdote Diocesano, decidiu mudar de caminho. Por isso, em 1927, entrou para o Pequeno Seminário para aspirantes eslavos, em Santa Cruz de Aidússina e, no ano seguinte, foi para o Seminário de Verona.

Aos 14.08.1929, iniciou o noviciado em Bassano del Grappa, e emitiu a profissão temporária aos 15.08.1930. Emitiu sua profissão perpétua aos 04.10.1933. O Cardeal Patriarca, D. João Adeodato Piazza ordenou-o sacerdote aos 14.08.1938.

Durante os estudos era o mais idoso de seus confrades, e também o mais maduro. Por isso, sempre era eleito como responsável para manter a disciplina e a ordem, quando se ausentava o diretor. Gostava muito de estudar Dogmática e Ciências Sacras. Demonstrava grande diligência, aliada à sua boa inteligência. Após sua ordenação, permaneceu durante seis meses na região Vêneta. Seus colegas dizem que ele teria gostado de trabalhar com seus compatriotas eslavos, onde já trabalhava seu irmão sacerdote, Luiz Kódermaz.

No Paraná - Um fato une-se à viagem de Fr. Patrício. O Custódio Fr. Inácio de Ribeirão Preto estava lutando, com muita dificuldade, para organizar o estudo de Filosofia e Teologia em Curitiba. Havia pedido e insistido com o Ministro Provincial Fr. Jerônimo de Fellette, que necessitava de reforço para esta tarefa. Fr. Patrício foi incumbido para este serviço.

Recebido o Crucifixo Missionário em Gorizia, Fr. Patrício e os Freis Natal de Rosá, Erasmo de Loreo, Honório de Bassano, Gaspar de Fellette, Santes de Povegliano, embarcaram em Trieste, aos 05.01.1939, no navio Neptunia. A viagem foi boa e, após breve parada em Recife (16.01.1939), desembarcaram em Santos, SP (20.01.1939), viajaram de trem chegando em Curitiba aos 22.01.1939.

Fr. Patrício exerceu seu ministério sacerdotal nas seguintes localidades: Curitiba (1939-1943;1948-1950); Barra Fria (1946-1947); Engenheiro Gutierrez (1951-1952); Ponta Grossa: Imaculada (1953;1958-1959; 1969-1981); Ponta Grossa: Bom Jesus (1963); Botiatuba (1954-1955); Santo Antônio da Platina (1957); São Lourenço d’Oeste (1964-1966).

Por sua capacidade e tantas qualidades Fr. Patrício desempenhou com competência e diligência atividades muito empenhativas em nossa Província: Vice-Diretor, Diretor, Prefeito dos Estudos e Professor dos Filósofos e Teólogos, nas Mercês; Diretor e Superior do Seminário de Barra Fria; dirigiu a construção do Seminário Santa Maria, em Irati; fundou o Seminário São José, para a formação dos Irmãos; foi Conselheiro e Custódio Provincial; 1º Comissário Provincial; Diretor dos Irmãos; Diretor dos Missionários. Mostrou o mesmo entusiasmo e eficiência no trabalho pastoral também como Pároco. Sentiu-se profundamente realizado quando atuou como Missionário de 1967 até a morte, em 1981.  

Como Superior Fr. Patrício demonstrou grande espírito seráfico, capacidade organizadora e dinâmica atividade. Sua vida de oração, mortificada e apostólica dava-lhe mais força quando isto pedia aos seus confrades. Zelou muito pela observância regular. Chegou a afirmar que nos Conventos de Curitiba e Botiatuba existia a mesma observância dos Conventos da Província Vêneta. Insistia que os frades não faltassem aos retiros espirituais anuais.

Na celebração de seus 25 anos de Vida Sacerdotal em 1963, recebeu muitas homenagens que exaltaram suas qualidades como orientador dos capuchinhos.

Foi apóstolo ardente, trabalhador incansável, capuchinho orante e austero. Sabia harmonizar o espírito seráfico, a capacidade organizadora e a atividade. O que exigia dos outros, testemunhava-o com sua vida. Sua alegria chegava ao ápice quando constatava que o espírito de fraternidade entrava e residia em todos os lugares.  

Fr. Patrício faleceu no Hospital de São José dos Pinhais, em consequência de um acidente rodoviário. Era o dia 05.04.1981. Contava 70 anos de idade, 51 de Vida Religiosa, 42 de Sacerdócio e 42 de Missionário.

Foi sepultado no Cemitério de Botiatuba.

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