Frei Timóteo de Castelnuovo, OFMCap

5.2.1823
18.5.1895

 Frei Timóteo de Castelnuovo (Domenico Antônio Luziani)

Frei Timóteo, filho de Luiz Luziani e Catarina Bedini, nasceu aos 5 de fevereiro de 1823 (às 24h) em Castelnuovo Magra (Província e Diocese de La Spezia). Foi batizado na Igreja Santa Madalena, no dia 6, pelo Pe. Fidelis Pucci, sendo padrinhos Ângelo Luziani e Anna Nardi. Iniciou o serviço de coroinha aos 11 de dezembro de 1835. Foi admitido no Convento São Barnabé, em Sarzana, na Província de Gênova, aos 7 de fevereiro de 1841 e, no mesmo mês dia 13, nesta fraternidade, foi admitido ao noviciado por Fr. Caetano de Savona, sendo Provincial Fr. Ângelo de La Spezia, e como testemunhas os Freis Cristóvão de Gameragna e Tomás de Parodi. Professou aos 13.02.1842. Foi ordenado sacerdote em Sarzana aos 18 de janeiro de 1846.

No Brasil - Foi enviado como missionário ao Brasil pela Propaganda Fidei, recebendo a obediência aos 12.09.1850. Embarcou em Gênova aos 31.10.1850. Chegou ao Rio de Janeiro aos 16.01.1851. Neste tempo, a Capital do Império era sacudida por um surto de febre amarela. É desta forma que Fr. Timóteo foi assistir aos doentes desta epidemia no Lazareto de Santa Isabel, de 26 de março a 30 de junho de 1852. Aos 22.08.1852 foi para São Paulo, por insistência do Bispo Dom Antônio Joaquim de Mello. Tendo conhecimento dos dotes sacerdotais do Frade, pediu-o para ajudá-lo na sua Diocese, nomeando-o Pároco de Santa Bárbara e Monte Mor (então chamada Água Choca) aos 12.09.1852, encargo que desempenhou até outubro de 1854.

Fr. Timóteo chegou ao Paraná (Jataí) aos 25.10.1854, em companhia de Fr. Matias de Gênova. Jataí era uma recém fundada colônia-militar. Este núcleo surgiu por iniciativa do Barão de Antonina, João da Silva Machado o qual, como ilustre político paranaense, pretendia facilitar a navegação fluvial entre as Províncias do Paraná e Mato Grosso, bem como explorar para a agricultura as ricas terras do norte do Paraná. Quando os dois capuchinhos chegaram a Jataí, já existia um grupo de índios recolhidos das selvas por ordem do Barão. Desta forma, Fr. Timóteo passou a se dedicar imediatamente à catequese dos índios, enquanto Fr. Matias foi encarregado, como capelão, da assistência à população branca da colônia até ser nomeado para dirigir outro aldeamento.

Este capuchinho lutou para a instrução escolar, mas somente em 1861 conseguiu um professor de primeiras letras e noções de música para seu aldeamento. Mas, enfrentou muitas dificuldades seja com os índios, com a seca ou a chuva.

Soube superar estas dificuldades e adquiriu grande experiência no trato com os índios e no dirigir os aldeamentos. Em 1865, começaram a depender do frei os aldeamentos de São Pedro de Alcântara, Santo Inácio do Paranapanema, São Jerônimo (no Paraná) e os de São Paulo: São João Batista (Ituporanga), Tijuco Preto (Pirajú), Campos Novos do Paranapanema (São José dos Campos). O frei procurou levar avante esta imensa obra com estremado zelo.

Fr. Timóteo demonstrou grande amor ao Paraná, incentivando a agricultura, o comércio e a abertura de novas estradas.

Pressentiu a extinção do Aldeamento de São Pedro de Alcântara à medida que se avizinhava sua morte. Aos 10.03.1893 escreveu ao Ministro Geral: “Já sei que, em breve, serei sepultado nas ruínas da minha pobre catequese que, sendo digna de uma sorte melhor, poderia ser uma glória para o Brasil e para a Ordem a que pertenço. No entanto, essa morre por causa dos contrastes premeditados que jamais me foi possível eliminar. Aqui se poderia estabelecer uma aldeia com milhares de indígenas e surgir, nos seus arredores, belas aldeias. Infelizmente, a falta de meios, as guerras internas e as sucessivas epidemias afugentaram a todos. Chegará ao seu fim, não enquanto eu estiver vivo, mas após estes poucos dias que ainda me restam”.

Morreu aos 18.05.1895, em São Pedro de Alcântara, rodeado pelos seus índios e por outras pessoas amigas. Contava 72 anos de idade, 53 de Vida Religiosa, 49 de Sacerdócio e 44 como Missionário. Sem dúvida, foi destaque na História da Igreja e da Colonização do Paraná.

Está sepultado no Cemitério de Jataizinho-PR.

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Frei Timóteo de Castelnuovo, OFMCap

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