André Hibernão descendia de nobre linhagem espanhola, mas seus pais, que viviam em Alcantarilla, perto de Múrcia, eram tão pobres, que o rapaz se empregou ainda muito jovem junto a um tio, para ajudar no sustento da família. Ele havia juntado pouco a pouco uma quantia suficiente para garantir um dote para a irmã e o levava em triunfo para casa, quando foi assaltado por dois ladrões que o privaram de tudo.
Amargamente desiludido, ele começou então a dar-se conta da precariedade das riquezas terrenas em comparação com os tesouros do céu, que são eternos. Entrou em uma casa dos franciscanos conventuais que deixou pouco depois, passando à reforma alcantarina, onde professou como irmão leigo. Procurou levar uma vida oculta de modéstia, humildade e oração, mas aprouve a Deus glorificá-lo, concedendo-lhe o dom da profecia e dos milagres. Muitos lhe deveram a conversão.
O santo homem predisse o dia de sua morte, que se deu em Gândia, quando ele contava 68 anos de idade. São Pascal Baílão e o Beato João de Ribera propagaram o nome de André, mas ele já era localmente venerado como santo ainda em vida, e foi beatificado em 1791.
Há uma vida escrita pelo Pe. Vicente Mondina, postulador da causa, Vita del B. Andrea Ibernon (1791), e veja-se também Léon, “Auréole Séraphique” (trad. para o inglês), vol. II, p. 77·83.