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Introdução

Era um escrito completamente desconhecido até 1902, quando foi publicado por Sabatier, que o encontrara no códice de Volterra. W. Goetz quis ver nele uma compilação da Carta aos Clérigos, da II aos Custódios e da Carta aos Governadores dos povos. Mas, ao encontrar a Primeira aos Clérigos no Missal do Subiaco, constatou que a Primeira aos Custódios também era autêntica. Foi reconhecida nas edições de Lemmens e Boehmer (1904). A Segunda Carta aos Custódios faz uma alusão a ela. O assunto é sobre a Eucaristia. Parecem evidentes sua conexão com a “Sane cum olim” de Honório III (1219) e também sua linguagem pré-escolástica. Custódios, nesse tempo, eram todos os superiores da Ordem dos Frades Menores...

Primeira recensão da Carta aos Custódios

1 A todos os custódios dos Frades Menores, a quem chegar esta carta, Frei Francisco, vosso servo e pequenino no Senhor Deus, [deseja] saúde com os novos sinais do céu e da terra, que são grandes e excelentíssimos diante de Deus mas são tidos como mínimos por muitos religiosos e outros homens.

2 Eu vos rogo, mais do que por mim mesmo, que, quando for conveniente e virem que é oportuno, supliqueis humildemente aos clérigos, que devam venerar sobre todas as coisas o santíssimo corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo e seus santos nomes e palavras escritas que consagram o corpo.

3 Devem ter preciosos os cálices, corporais, ornamentos do altar e tudo que pertence ao sacrifício.

4 E se em algum lugar estiver colocado pauperrimamente o santíssimo corpo do Senhor, que por eles seja posto em lugar precioso e fechado à chave, de acordo com o mandato da Igreja, e seja levado com grande veneração e administrado aos outros com discrição.

5 Também os nomes e as palavras escritas do Senhor, onde quer que se encontrem em lugares imundos, sejam recolhidos e devam ser colocados em lugar honesto.

6 E em toda pregação que fazeis, exorteis o povo acerca da penitência, e que ninguém pode salvar-se a não ser quem recebe o santíssimo corpo e sangue do Senhor (cfr. Jo 6,54),

7 e, quando é sacrificado pelo sacerdote sobre o altar e é levado a alguma parte, todas as pessoas, de joelhos, retribuam louvores, glória e honra ao Senhor Deus vivo e verdadeiro.

8 E que, acerca de seu louvor, de tal modo anuncieis e pregueis a todas as pessoas que, em toda hora e quando são tocados os sinos sempre por todo o povo sejam dados louvor e graças a Deus onipotente por toda a terra.

9 E que saibam que têm a bênção do Senhor Deus e a minha todos os meus irmãos custódios aos quais chegar este escrito e o copiarem e o tiverem consigo, e o fizerem copiar para os frades, e pregarem até o fim tudo que está contido neste escrito.

10 E isto seja para eles uma verdadeira e santa obediência.