Um belo instrumento não depende somente de sua beleza estética para que possa desempenhar sua missão. É preciso que ele esteja afinado segundo a lógica da harmonia. Assim, como instrumentos na mão do Senhor, os frades foram convocados a vivenciar, entre os dias 05 e 08 de fevereiro de 2024, um período de atualização. Tempo dedicado à busca por uma maior harmonia com a Palavra, o Magistério e a Tradição.

Dom Rogério Augusto das Neves, bispo auxiliar de São Paulo, Vigário Episcopal da Região Sé, foi o responsável a nos ajudar, neste tempo propício de atualização, a sentir a vibração emitida pelo Espírito no grande hino de ação de graças que a Igreja, a Esposa fiel, vem entoando ao seu divino esposo ao longo dos séculos.

Ao explanar sobre os documentos conciliares, Dom Rogério nos ajudou a fazer uma análise livre de concepções adulteradas. Por meio de uma fala, que partia da fidelidade ao espírito contido no Magistério e na Tradição, fomos envolvidos pelas questões acerca da eclesiologia e seus desdobramentos na vida e missão da Igreja.

A busca pela assimilação do conceito da Igreja como Povo de Deus, foi o fio condutor de toda a reflexão. A Igreja é o lugar onde vivem harmonicamente, de acordo com seus ministérios, todos os fiéis batizados, clérigos e leigos, seculares ou religiosos. Todos os batizados, sepultados com Cristo e renascidos com Ele, são participantes da mesma dignidade (cf. LG 32).

Usando de seu material de estudo mais próximo, o Código de Direito Canônico, o bispo nos permitiu observar, mesmo que genericamente, a praticidade que o Direito tem na vida e na missão da Igreja. Mais do que um conjunto de leis, o Direito Canônico, segundo Dom Rogério, possibilita-nos uma certeira apreensão do papel da Igreja diante do mundo.

Após esta análise crítica do Magistério da Igreja nos últimos anos, ele nos permitiu, mesmo que de forma rápida, observar a linha pastoral do Papa Francisco, através dos seus escritos. Dentre esses escritos, deve-se ressaltar a importância da Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. Ela, nas palavras do bispo, expõe o “plano de governo” do papa. Nesta exortação “encontramos uma sadia e amadurecida reflexão e vivência dos frutos do Concílio Vaticano II”, afirmou Dom Rogério.

Para nós ele deixou quatro princípios, que emergem da exortação, para uma reflexão pessoal e fraterna do tema abordado durante a semana. São eles:

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1. O tempo é superior ao espaço (cf. EG 222-225);

2. A unidade prevalece sobre o conflito (cf. EG 226-230);

3. A realidade é mais importante do que a ideia (cf. EG 231-233);

4. O todo é superior à parte (cf. EG 234-237).

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Assim, podemos perceber que é necessário um esforço pessoal e de nossas fraternidades para que continuemos a discutir o tema. Criemos espaços criativos (cf. RF 135) em nossa vida, para juntos pensarmos e colocarmos em prática este modo de ser Igreja, e, assim, testemunharmos a unidade e a fraternidade à Igreja e ao mundo.

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