Noite opaca e gelada,

Vento corta, ameaça,

Perambulo na calçada,

Saboreio meia taça.

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Minha pele sente tudo,

O frio, a dor, o nevoeiro,

Que cenário tão imundo,

Que beleza de enredo.

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Ao momento me entreguei,

Sigo agora a caminhada,

Pouco importa o que me vem,

Cá estou noite gelada.

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Passa a noite, o tempo corre,

Junto deles eu me vou,

Ao meu medo agora a morte,

Qual sereno que gelou.

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Noite fria, madrugada,

Beijo amargo vou sorver,

Parto os lábios por amá-la,

Que medíocre meu prazer.

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Te amanhece noite vaga,

Que me vou cambaleando,

Camuflado na calçada,

Meio cinza, meio branco.

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