Capuchinhos fazem presença missionária nas periferias a partir do JPIC

Capuchinhos fazem presença missionária nas periferias a partir do JPIC

Com o arrefecimento da pandemia, a Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) dos capuchinhos de São Paulo vem desenvolver uma presença missionária em periferias ao longo do estado de São Paulo. Durante o tempo mais grave da pandemia, a JPIC articulou campanhas solidárias a diversas realidades periféricas, principalmente na cidade de São Paulo, em vista de socorrer inúmeras famílias que padeciam com a falta de renda e o desemprego crescente, devido a drástica política econômica atual. Essa solidariedade agora vem se fazer também através da presença missionária.

A iniciativa missionária JPIC se propõe vir inserida conforme à realidade, a partir dos valores de Justiça, Paz e Integridade da Criação. Com pequenas equipes, ser uma presença evangelizadora, de modo continuado, junto a realidades marginalizadas, abarcando os conflitos e as urgências nas periferias em que formos sendo presentes.  

A primeira iniciativa foi na comunidade Tamarutaca, uma periferia, com cerca de 20 mil pessoas, na maior parte sob os cuidados pastorais da paróquia dos capuchinhos de Santo Antônio, na cidade de Santo André. Essa comunidade foi uma favela muito vulnerável. Hoje, urbanizada, conta ainda com muitas marcas dessa vulnerabilidade, com muitos em subemprego, bem como ainda vive certa marginalização social, e também eclesial, não contando com nenhum espaço para a comunidade católica. Nesse sentido, o Papa nos diz, “com mágoa, que a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e amadurecimento na fé. A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária (EG 200). Aliás, hoje, muitos “utilizam” da religiosidade para fomentar a violência, a injustiça e a divisão.

Assim, entre os dias 24 e 27 de julho, os franciscanos capuchinhos, juntamente com 6 irmãs franciscanas do Coração de Maria, a maioria membros da Comissão JPIC dos capuchinhos de São Paulo, estiverão nessa presença missionária. No dia 24, houve uma reunião com algumas lideranças para conhecer melhor a realidade e organizar as atividades nesses dias de presença. Nos dias 25, 26 e 27, frei Marcelo Toyansk e as irmãs franciscanas – Marinalva, Ruthielle, Janielle, Ana, Kaysana e Géssica – visitaram as famílias, sempre juntos de lideranças locais, para ajudá-las também no crescimento e desenvolvimento do serviço missionário na comunidade. Na noite do dia 25, realizamos um encontro bíblico, com partilha da história das pessoas e da comunidade, sendo iluminadas por um aprofundamento da Palavra de Deus, saindo desse encontro a proposta de se realizar, em setembro, grupos de aprofundamento da Bíblia na comunidade, na perspectiva de “fé e vida”.

No dia 26, à noite, aconteceu um “terço pela paz”, unindo a devoção popular com o cuidado da vida nas ruas da comunidade, algo que marcou muito as famílias naquela noite. Como na maioria das periferias, a violência de várias formas se faz cotidiana. Rezar e caminhar em meio às ruas, trazendo a intenção da paz, marcou muito a comunidade, que não tem quase presente manifestações da Igreja Católica. E no dia 27, à noite, encerramos essa missão com a celebração eucarística em uma praça central, com muita participação do povo. Um momento forte de encontro, de fortalecimento dos laços entre os moradores da comunidade Tamarutaca. Além de alguns encaminhamentos, como reabilitar o centro comunitário. Nossa intenção é realizar outros dias missionários, a partir da JPIC, no mês de outubro, para ir, passo a passo, construindo uma comunidade na justiça e na fraternidade.

Autor:
Frei Marcelo Toyansk, OFMCap
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