Senhor, o que queres de mim? II Encontro Vocacional

Senhor, o que queres de mim? II Encontro Vocacional

Os corações dos vocacionados batiam mais forte a cada mensagem no grupo do WhatsApp, cada post no Instagram de divulgação era motivo de ansiedade e empolgação. Os preparativos para o segundo encontro vocacional do ciclo de quatro estavam a todo vapor no Seminário Seráfico São Fidelis. Era como se a energia do universo se concentrasse naquele lugar, pronta para guiar e inspirar aqueles que buscavam seu chamado.

O grande dia finalmente chegou e as fotos inundavam o grupo, revelando a jornada dos participantes em direção a Piracicaba. Os postulantes, ansiosos e cheios de expectativa, aguardavam com entusiasmo ao lado do Frei Arnaldo, pronto para recebê-los com calor humano e acolhimento fraterno. À medida que cada um chegava, eram encaminhados para uma aconchegante salinha no segundo andar do seminário. Ali, o ambiente era de pura camaradagem e amizade. Enquanto os todos se acomodavam, eram recebidos com sorrisos calorosos e uma bandeja de balas, simbolizando não apenas um gesto de hospitalidade, mas também o início de uma jornada doce e significativa.

Entre conversas animadas e risadas contagiantes, os vocacionados se sentiam em casa, compartilhando histórias, expectativas e sonhos. E para aqueles que estavam iniciando sua jornada vocacional, o experiente postulante Élio estava lá para guiá-los, ajudando-os a preencher suas fichas e proporcionando um apoio valioso em seus primeiros passos nesse caminho de descoberta espiritual.

Após o caloroso acolhimento inicial, as barrigas roncavam de fome, ansiosas por serem saciadas com uma deliciosa sopa de mandioca e um bolo salgado, preparados com carinho pelos habilidosos chefes de cozinha coordenados pelo Frei Evaldo. O aroma reconfortante da comida enchia o seminário, criando uma atmosfera de calor e familiaridade enquanto os participantes se reuniam em torno da mesa para compartilhar não apenas uma refeição, mas também a comunhão e a amizade. Em seguida, houve a Via Sacra, guiando os corações de todos por uma jornada de reflexão e contemplação sobre os momentos finais da vida de Jesus Cristo. Cada estação evocava emoções e reflexões profundas, unindo todo em um momento de comunhão espiritual e devoção.

Ao término da Via Sacra, um chazinho tradicional de capim santo foi servido. Era como se cada gole daquela infusão de ervas trouxesse consigo uma bênção silenciosa, acalmando os corações e preparando as mentes para o descanso merecido após um dia repleto de emoções. E assim, os vocacionados e os frades se recolheram para o repouso, com os corações cheios de gratidão e os espíritos renovados para enfrentar o próximo dia, que prometia ser repleto de emoções, aprendizados e novas descobertas na jornada de fé evocação que estavam trilhando juntos.

O sábado começou com uma atmosfera de serenidade e devoção, com a oração conduzida pelo Frei Cássio. Após essa conexão espiritual, os participantes se reuniram para um café da manhã revigorante, preparando-se para as atividades do dia que prometiam ser inspiradoras.

A primeira conferência do dia foi conduzida pela Psicóloga Ana Silva, que abordou o tema “A Vocação na Minha Vida”. Suas palavras foram como um conforto para as almas dos vocacionados, motivando-os a compartilhar suas experiências e reflexões sobre o chamado que sentiam em seus corações. A dinâmica da “caixinha mágica”, onde cada participante retirava uma pergunta para iniciar uma conversa, revelou-se uma ferramenta poderosa para abrir caminhos de diálogo e introspecção, unindo os participantes em um momento de partilha profunda e significativa.

Na segunda conferência, o Frei Portuga assumiu o palco, abordando o tema “A Radicalidade do Evangelho na Vocação” com sua característica perspicácia e estilo matemático. Sua abordagem provocativa fez com que todos os presentes mergulhassem em reflexões profundas sobre o verdadeiro significado do chamado evangélico em suas vidas. A dinâmica do balão foi introduzida, tinha um objetivo simples: andar pela sala com o balão amarrado no tornozelo, sem poder ficar parado no mesmo lugar, o último participante a completar a tarefa seria surpreendido com algo especial. No entanto, como sempre acontece quando se reúne um grupo animado, a situação rapidamente se transformou em uma guerra de balões!

Os participantes, em meio à empolgação e ao espírito competitivo, logo começaram a ver quem poderia estourar os balões dos outros enquanto tentavam andar pela sala. Risos e gritos de excitação preenchiam o ar enquanto a batalha de balões se desenrolava, transformando a dinâmica original em algo completamente diferente. O Frei Rodiney, com sua habilidade incrível, parecia liderar a carga, deixando um rastro de balões estourados por onde passava, até que, para surpresa de todos, seu próprio balão foi estourado em meio à confusão. Essa dinâmica revelou-se uma metáfora poderosa da importância da gentileza, respeito e cooperação na jornada vocacional. Ao final, Frei Portuga mostrou que o verdadeiro presente era a oportunidade de aprender a caminhar juntos, sem ferir ou competir, mas sim apoiando e respeitando uns aos outros em sua busca pelo Evangelho.

Após um belíssimo almoço que deixou todos os participantes satisfeitos e energizados, chegou a vez da terceira conferência, conduzida pelo Frei Ricardo. Ele abordou o tema “Francisco, Mestre de Oração”, compartilhando insights e pontos de vista sobre uma vida centrada no modo de oração à moda franciscana. Sua palestra foi uma fonte de inspiração, levando os presentes a refletirem sobre a importância da espiritualidade e da conexão com o divino em suas vidas.

Após a terceira conferência, todos estavam ansiosos para o tão aguardado momento de lazer e conversa com os frades. No entanto, parece que Frei Arnaldo fez um acordo meio capenga com São Pedro para o tempo, porque a chuva decidiu aparecer antes do previsto, pegando todo mundo de surpresa! Parece que alguém esqueceu de pagar a segunda parcela do aluguel do clima... Mas, longe de ser um obstáculo, a chuva trouxe um toque extra de diversão e espontaneidade para o momento. Os participantes não se deixaram abater e transformaram a situação em uma verdadeira aventura, compartilhando risadas.

Em seguida, todos desfrutaram de um momento mariano, dedicado à devoção à Virgem Maria. Reunidos em oração, cânticos suaves ecoaram pelos corredores do seminário, criando uma atmosfera de serenidade e reverência. Com corações voltados para o céu, cada um expressou sua devoção à Mãe de Deus, encontrando conforto e inspiração em sua intercessão. Após, então, foi a vez de todos se reunirem para uma verdadeira festa gastronômica com o tradicional cachorro-quente. O aroma tentador dos cachorros-quentes recém-preparados enchia o ar, despertando o apetite de todos os presentes. Então, depois do banquete, Frei Pedro, com sua sabedoria milenar de quem conheceu os primeiros Trentinos que chegaram ao Brasil, brindou a todos com uma viagem no tempo. Com seu jeito todo peculiar, ele soltou histórias que pareciam saídas de um livro de contos medievais, deixando todo mundo de queixo caído e gargalhando sem parar. Foi um momento pra lá de divertido, onde o passado se misturou com o presente de um jeito hilário.

No domingo, o encontro começou com a oração da manhã, onde os participantes se reuniram para elevar suas preces e agradecimentos a Deus pelo tempo compartilhado e pelas bênçãos recebidas ao longo do encontro. Após a oração, foi servido um café da manhã revigorante, preparando a todos para as atividades finais. Todos se reuniram em uma roda de conversa descontraída com Meire e Thiago, que sempre foram prestativos e colaborativos com os frades. Foi um momento significativo onde os participantes puderam expressar suas experiências, compartilhar sobre suas jornadas vocacionais e discutir sobre os processos de transformação de vida que estavam vivenciando. A conversa foi marcada por risadas, trocas sinceras e uma sensação de comunhão profunda.

Após a roda de conversa, todos se dirigiram para a Paróquia Sagrado Coração, onde aconteceu a missa de encerramento, presidida pelo Frei Takaki. Durante a homilia, Frei Takaki reforçou a importância do modo de vida, na mensagem, ele destacou a importância de cultivar a fé, a fraternidade e a missão evangelizadora em nossas vidas diárias. Ele ressaltou que o modo de vida franciscano vai além de simples regras ou costumes, sendo um compromisso profundo com o amor e o serviço ao próximo. Frei Takaki incentivou os presentes a seguirem em frente com coragem e determinação, confiando na providência divina que os sustenta em todos os momentos. Também expressou sua esperança deque o encontro fortalecesse os laços fraternos e enchesse os corações de alegria e gratidão pelo dom precioso da vocação. Desse modo, com a missa concluída, chegou o momento de se despedir e encerrar o encontro. Um almoço festivo foi servido, onde os participantes compartilharam as últimas conversas e risadas juntos antes de cada um retornar para suas casas, com o coração cheio de alegria, gratidão e inspiração para continuar sua jornada de fé e vocação com renovado vigor.

Ah, claro! Estava esquecendo. Não podemos deixar de mencionar o “astro” inesperado que roubou a cena durante o encontro: o Fusca do nosso amado irmão Danilo de Piracicaba! Esse simpático carrinho foi como um raio de sol, espalhando alegria e diversão por onde passava. Durante o encontro, o Fusca se tornou uma verdadeira celebridade, com todos os vocacionados disputando para subir a bordo ou tirar uma selfie ao seu lado! Com seu charme peculiar e sua personalidade única, o Fusca fez com que todos ao redor se sentissem como estrelas de cinema, arrancando sorrisos e olhares curiosos de quem passava.

Com todo o alvoroço em torno do Fusca, um dos frades decidiu que era hora de se juntar à diversão e sair para um passeio. Mas, oh céus, oque era para ser uma simples volta acabou se transformando em uma jornada épica! Entre tropeços na hora de trocar as marchas e tentativas frustradas dedar a partida, o frei enfrentou uma verdadeira batalha para dominar o volante do Fusca. No entanto, mesmo com todas as dificuldades, o frei não desistiu! Com determinação e muitas risadas, ele finalmente conseguiu colocar o Fusca em movimento, e a partir daí foi só alegria!

Enfim, sob a luz da simplicidade, seguimos adiante, como nos ensina a música “Despojamento” do Padre Zezinho. Vivenciando cada momento com singeleza, nada mais ambicionamos senão a alegria genuína compartilhada entre nós. Assim, despojados de pretensões e luxos, partilhamos o pão que Deus nos dá, encontrando na fraternidade a verdadeira riqueza. Nossa jornada é marcada pela simplicidade e pela pureza, onde cada sorriso e cada gesto de bondade enriquecem nossos dias. E, em meio a essa simplicidade, o Fusca não só trouxe diversão, mas também nos presenteou com momentos de pura alegria e descontração, criando memórias que certamente ficarão marcadas em nossos corações. Quem diria que um “simples” carrinho poderia causar tanta animação? Ah, como são especiais os momentos inesperados que fazem a vida ainda mais colorida!

Autor:
Frei Richard de Oliveira Maciel
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