Texto Original

Regra Bulada - 7

De poenitentia ratribus peccantibus imponenda

1 Si qui fratrum, instigante inimico, mortaliter peccaverint, pro illis peccatis, de quibus ordinatum fuerit inter fratres, ut recurratur ad solos ministros provinciales, teneantur praedicti fratres ad eos recurrere quam citius poterint, sine mora.

2 Ipsi vero ministri, si presbyteri sunt, cum misericordia iniungant illis poenitentiam, si vero presbyteri non sunt, iniungi faciant per alios sacerdotes ordinis, sicut eis secundum Deum melius videtur expedire.

3 Et cavere debent, ne irascantur et conturbentur propter peccatum alicuius, quia ira et conturbatio in se et in aliis impediunt caritatem.

Regra Bulada - 8

De electione generalis ministri huius fraternitatis et de capitulo pentecostes

1 Universi fratres unum de fratribus istius religionis teneantur semper habere generalem ministrum et servum totius fraternitatis et ei teneantur firmiter obedire.

2 Quo decedente, electio successoris fiat a ministris provincialibus et custodibus in capitulo Pentecostes, in quo provinciales ministri teneantur semper insimul convenire, ubicumque a generali ministro fuerit constitutum;

3 et hoc semel in tribus annis vel ad alium terminum maiorem vel minorem, sicut a praedicto ministro fuerit ordinatum.

4 Et si aliquo tempore appareret universitati ministrorum provincialium et custodum, praedictum ministrum non esse sufficientem ad servitium et communem utilitatem fratrum, teneantur praedicti fratres, quibus electio data est, in nomine Domini alium sibi eligere in custodem.

5 Post capitulum vero Pentecostes ministri et custodes possint singuli, si voluerint et eis expedire videbitur, eodem anno in suis custodiis semel fratres suos ad capitulum convocare.

Regra Bulada - 9

De praedicatoribus

1 Fratres non praedicent in episcopatu alicuius episcopi, cum ab eo illis fuerit contradictum.

2 Et nullus fratrum populo penitus audeat praedicare, nisi a ministro generali huius fraternitatis fuerit examinatus et approbatus, et ab eo officium sibi praedicationis concessum.

3 Moneo quoque et exhortor eosdem fratres, ut in praedicatione, quam faciunt, sint examinata et casta eorum eloquia (cfr. Ps 11,7; 17,31), ad utilitatem et aedificationem populi,

4 anuntiando eis vitia et virtutes, poenam et gloriam cum brevitate sermonis; quia verbum abbreviatum fecit Dominus super terram (cfr. Rom 9, 28).

Regra Bulada - 10

De admonitione et correctione fratrum

1 Fratres, qui sunt ministri et servi aliorum fratrum, visitent et moneant fratres suos et humiliter et caritative corrigant eos, non praecipientes eis aliquid, quod sit contra animam suam et regulam nostram.

2 Fratres vero, qui sunt subditi, recordentur, quod propter Deum abnegaverunt proprias voluntates.

3 Unde firmiter praecipio eis, ut obediant suis ministris in omnibus quae promiserunt Domino observare et non sunt contraria animae et regulae nostrae.

4 Et ubicumque sunt fratres, qui scirent et cognoscerent, se non posse regulam spiritualiter observare, ad suos ministros debeant et possint recurrere.

5 Ministri vero caritative et benigne eos recipiant et tantam familiaritatem habeant circa ipsos, ut dicere possint eis et facere sicut domini servis suis;

6 nam ita debet esse, quod ministri sint servi omnium fratrum.

7 Moneo vero et exhortor in Domino Jesu Christo, ut caveant fratres ab omni superbia, vana gloria, invidia, avaritia (cfr. Lc 12,15), cura et sollicitudine huius saeculi (cf Mt 13,22), detractione et murmuratione, et non curent nescientes litteras, litteras discere;

8 sed attendant, quod super omnia desiderare debent habere Spiritum Domini et sanctam eis operationem,

9 orare semper ad eum puro corde et habere humilitatem, patientiam in persecutione et infirmitate

10 et diligere eos qui nos persequuntur et reprehendunt et arguunt, quia dicit Dominus: Diligite inimicos vestros et orate pro persequentibus et calumniantibus vos (cf Mt 5,44).

11 Beati qui persecutionem patiuntur propter iustitiam, quoniam ipsorum est regnum caelorum (Mt 5,10). 12 Qui autem perseveraverit usque in finem hic salvus erit (Mt 10,22).

Regra Bulada - 11

Quod fratres non ingrediantur monasteria monacharum

1 Praecipio firmiter fratribus universis, ne habeant suspecta consortia vel consilia mulierum,

2 et ne ingrediantur monasteria monacharum praeter illos, quibus a sede apostolica concessa est licentia specialis;

3 nec fiant compatres virorum vel mulierum nec hac occasione inter fratres vel de fratribus scandalum oriatur.

Regra Bulada - 12

De euntibus inter saracenos et alios infideles

1 Quicumque fratrum divina inspiratione voluerint ire inter saracenos et alios infideles petant inde licentiam a suis ministris provincialibus.

2 Ministri vero nullis eundi licentiam tribuant, nisi eis quos viderint esse idoneos ad mittendum.

3 Ad haec per obedientiam iniungo ministris, ut petant a domino papa unum de sanctae Romanae Ecclesiae cardinalibus qui sit gubernator, protector et corrector istius fraternitatis,

4 ut semper subditi et subiecti pedibus eiusdem sanctae Ecclesiae stabiles in fide (cf 1Col 1,23) catholica paupertatem et humilitatem et sanctum evangelium Domini nostri Jesu Christi quod firmiter et promisimus, observemus.

Texto Traduzido

Regra Bulada - 7

Da penitência a impor-se aos frades que pecam

1 Se alguns dos frades, instigando o inimigo, pecarem mortalmente, naqueles pecados dos quais foi ordenado entre os frades que se recorra só aos ministros provinciais, tenham os preditos frades que re-correr a eles, o mais depressa que puderem, sem demora.

2 Os próprios ministros, se são presbíteros, imponham-lhes penitência com misericórdia; mas, se não forem presbíteros, façam que se lhes imponha por outros sacerdotes da Ordem, como lhes parecer melhor segundo Deus.

3 E devem cuidar de não se irar nem perturbar pelo pecado de alguém, porque a ira e a conturbação impedem a caridade em si e nos outros.

Regra Bulada - 8

Da eleição do ministro geral desta fraternidade e do capítulo de Pentecostes

1 Todos os frades sejam sempre obrigados a ter um ministro geral e servo de toda a fraternidade e tenham que obedecer-lhe firmemente.

2 Quando ele falecer, faça-se a eleição do sucessor pelos ministros provinciais e custódios no capítulo de Pentecostes, em que os ministros provinciais tenham sempre que se reunir juntos, onde quer que for estabelecido pelo ministro geral;

3 e isso uma vez cada três anos ou em outro termo maior ou menor, como for mandado pelo predito ministro.

4 E se em algum tempo parecer à totalidade dos ministros provinciais e dos custódios que o predito ministro não é suficiente para o serviço e a utilidade comum dos frades, tenham os preditos frades, aos quais foi dada a eleição, em nome do Senhor, a eleger outro para seu custódio.

5 Mas depois do capítulo de Pentecostes possa cada um dos ministros e custódios, se quiserem e lhes parecer oportuno, convocar uma vez seus frades a capítulo, no mesmo ano e em suas custódias.

Regra Bulada - 9

Dos pregadores

1 Os frades não preguem na diocese de um bispo quando lhes for proibido por ele.

2 E nenhum dos frades se atreva absolutamente a pregar ao povo, se não tiver sido examinado e aprovado pelo ministro geral desta fraternidade, e por ele lhe tiver sido concedido o ofício da pregação.

3 Admoesto também e exorto os mesmos frades a que, na pregação que fazem, sejam examinadas e castas suas palavras (cfr. Sal 11,7; 17,31), para a utilidade e edificação do povo,

4 anunciando-lhes os vícios e as virtudes, a pena e a glória, com brevidade de sermão; porque palavra abreviada fez o Senhor sobre a terra (cfr. Rm 9,28).

Regra Bulada - 10

Da admoestação e correção dos frades

1 Os frades que são ministros e servos dos outros frades visitem e admoestem seus frades e os corrijam humilde e caridosamente, não lhes prescrevendo o que for contra sua alma e nossa regra.

2 Mas os frades que são súditos lembrem que por Deus negaram suas próprias vontades.

3 Por isso lhes prescrevo firmemente que obedeçam a seus ministros em tudo que prometeram ao Senhor observar e que não é contrário a sua alma e à nossa regra.

4 E onde houver frades que saibam e conheçam que não podem observar a regra espiritualmente, devam e possam recorrer a seus ministros.

5 Mas os ministros os recebam caritativa e benignamente e tenham tanta familiaridade com eles que possam falar-lhes e agir como senhores com seus servos;

6 pois assim deve ser, que os ministros sejam servos de todos os frades.

7 Mas admoesto e exorto no Senhor Jesus Cristo que se guardem os frades de toda soberba, vanglória, inveja, avareza (cfr. Lc 12,15), cuidado e solicitude deste século (cfr. Mt 13,22), detração e murmuração, e não cuidem os que não sabem letras de aprender letras;

8 mas atendam a que sobre todas as coisas devem desejar ter o Espírito do Senhor e sua santa operação,

9 orar sempre a ele de coração puro e ter humildade, paciência na perseguição e na enfermidade

10 e amar os que nos perseguem e repreendem e acusam, porque diz o Senhor: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem e caluniam (cfr. Mt 5,44).

11 Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,10).

12 Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22).

Regra Bulada - 11

Que os frades não entrem nos mosteiros de monjas

1 Mando firmemente a todos os frades não tenham relações suspeitas ou conselhos de mulheres,

2 e não entrem nos mosteiros de monjas, fora aqueles a quem se concedeu licença especial pela sé apostólica;

3 nem se façam compadres de homens ou mulheres para que, nessa ocasião, não se origine escândalo entre os frades ou sobre os frades.

Regra Bulada - 12

Dos que vão entre os sarracenos e outros infiéis

1 Qualquer dos frades que, por divina inspiração, quiser ir entre os sarracenos e outros infiéis, peçam daí licença a seus ministros provinciais.

2 Mas os ministros a nenhum concedam licença de ir senão aos que virem ser idôneos para enviar.

3 Para isso imponho por obediência aos ministros que peçam ao senhor papa um dos cardeais da santa Igreja Romana que seja governador, protetor e corretor desta fraternidade,

4 para que sempre súditos e sujeitos aos pés da mesma santa Igreja, estáveis na fé (cfr. 1Col 1,23) católica, observemos a pobreza e humildade e o santo evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, que prometemos firmemente.