Foram beatificados três Capuchinhos mártires da Guerra Civil espanhola

Foram beatificados três Capuchinhos mártires da Guerra Civil espanhola

No último sábado, 06 de novembro, o cardeal Marcello Semero presidiu a Missa de beatificação de Bento de Santa Coloma, José Oriol de Barcelona e Domingos de Sant Pere de Riudebitlles, frades capuchinhos da Província da Catalunha, martirizados em 1936 durante a guerra civil espanhola. A Missa de beatificação aconteceu em Manresa - Espanha.

Os três foram executados sem julgamento, mas simplesmente por serem cristãos. Quando estourou a Guerra Civil, foram capturados, submetidos a espancamentos e humilhações. Ao frei Bento foi pedido que blasfemasse e negasse a fé em Cristo.
Cardeal
Marcello Semeraro

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Em 23 de janeiro de 2020, o Santo Padre, recebendo o Cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, autorizou a assinatura do Decreto super martyrio de três frades capuchinhos da Província da Catalunha, Bento de Santa Coloma de Gramenet, José Oriol de Barcelona e Domingos de Sant Pere de Riudebitlles, e o Decreto super virtutibus de Antônio Maria de Lavaur, sacerdote professo da Província da França.

Em Manresa, na Catalunha, após 18 de julho de 1936, a perseguição contra sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos, teve seu início cruento. Quatro dias depois, em 22 de julho de 1936 e poucos dias antes do assassinato dos três Servos de Deus, seu convento tinha sido ocupado, devastado e incendiado pelos milicianos marxistas e anarquistas. Forçados a se refugiar junto a parentes e amigos, os três Servos de Deus, em datas diversas e in circunstâncias semelhantes, foram sequestrados, torturados e assassinados sem qualquer processo.

O Bem-aventurado Bento (no século: Josep Domènech i Bonet) nasceu no vilarejo de Santa Coloma de Gramenet em 6 de setembro de 1892, em uma família camponesa humilde e profundamente católica. Foi batizado em 11 de setembro de 1892 e fez a primeira comunhão em 30 de maio de 1903. Sentindo o chamado ao sacerdócio, em 1903 ingressou no seminário menor de Barcelona. Após alguns anos, a sua vocação melhor se definiu como chamado à vida religiosa, por isso, vestiu o hábito capuchinho em 18 de fevereiro de 1909 no noviciado da Província de Barcelona, em Arenys de Mar, e emitiu a primeira profissão em 20 de fevereiro de 1910. Fez a profissão perpétua no convento de Sarriá (Barcelona), em 23 de fevereiro de 1913, e foi ordenado sacerdote em 29 de maio de 1915.

A sua vida de religioso decorreu no âmbito das duas casas de formação de Igualada e de Manresa, dedicando-se, além disso, ao ministério da pregação. Em 6 de agosto de 1936, foi capturado pelos milicianos que queriam que blasfemasse, mas ele se recusou. Levado a um lugar próximo a Manresa, chamado La Culla, foi trucidado.

O Bem-aventurado José Oriol de Barcelona (no século: Jaume Barjau Martì) nasceu em Barcelona, em 25 de julho de 1891. A família era muito cristã e abastada. Recebeu o batismo em 28 de julho de 1891 e, em 7 de junho de 1892, recebeu o sacramento da crisma. Fez a primeira comunhão aos nove anos. Por iniciativa de seu irmão, ingressou no Seminário de Barcelona, mas, não superando os exames do primeiro ano, procurou aprender algum ofício. Sentindo forte a atração à vida capuchinha, em 21 de outubro de 1906 iniciou o noviciado, continuando assim a sua formação no convento de Igualada e, sucessivamente, nos de Olot e de Sarriá, em Barcelona. Sua profissão perpétua foi em 15 de agosto de 1911, e foi ordenado sacerdote em 29 de maio de 1915. Ensinou liturgia, hebraico e história eclesiástica no instituto teológico de Sarriá. Em 1925, foi destinado ao convento de Manresa, e aí se dedicou à pregação, ao ministério da confissão e à direção espiritual.

Em 24 de julho de 1936, enquanto levava a comunhão a uma religiosa clarissa, foi identificado e preso pelos milicianos. Na mesma tarde, levado para fora de Manresa, foi assassinado a tiros de pistola.

O Bem-aventurado Domingos de Sant Pere de Riudebitlles (no século: Joan Romeu Canadell) nasceu em 11 de dezembro de 1882, em uma família de camponeses. Recebeu o batismo em 17 de dezembro de 1882 e foi crismado em 23 de julho do mesmo ano. Fez os primeiros estudos na escola do vilarejo, mas o pároco, vendo nele os germes da vocação, preparou-o para ingressar no Seminário de Barcelona. Entrado em 1897, concluiu com êxito os estudos filosófico-teológicos e foi ordenado sacerdote em 25 de maio de 1907. Atraía-o, contudo, a vida religiosa franciscana e, no ano seguinte, em 3 de outubro de 1908, ingressou no noviciado dos Capuchinhos. Emitiu a profissão temporária em 4 de outubro de 1909, e a perpétua, em 4 de outubro de 1912. Durante o período da formação inicial à vida capuchinha, dedicou-se à pregação e ao ministério da confissão. Em 1913, partiu como missionário à Costa Rica e à Nicarágua, retornando à Catalunha em 1930. Foi destinado primeiro ao convento de Sarriá, depois, ao de Arenys de Mar e, enfim, ao de Manresa.

Na noite de 27 de julho de 1936, enquanto se transferia de um lugar a outro para uma maior segurança, foi preso, agredido, torturado e, enfim, assassinado a tiros de arma de fogo um pouco fora de Manresa.

O forte e significativo testemunho de fé dos Servos de Deus Bento de Santa Coloma de Gramenet, José Oriol de Barcelona e Domingos de Sant Pere de Riudebitlles pode falar também hoje à Igreja e ao mundo a forte necessidade e a viva exigência de um anúncio do Evangelho e de uma evangelização que alcance mesmo as realidades mais difíceis e complexas. É a fidelidade ao Evangelho de Cristo e ao próprio estado de consagrados que levaram os três Servos de Deus a aceitar serem aquela semente caída na terra e que produz muito fruto, fecunda e duradoura, e, ao mesmo tempo, é capaz ser sal da terra e luz do mundo.

Autor:
Departamento de Comunicação da CCB
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