Terceiro Domingo da Quaresma - A Samaritana

Terceiro Domingo da Quaresma - A Samaritana

Somente alguém que tenha passado pela experiência de enfrentar lugares desertos e áridos, poderá ter uma noção do que seria sofrer essa sede. Sede como um enorme perigo e uma desgastante dificuldade de se locomover.

Água, esperança e vida, tudo se torna necessidade para quem se encontra a caminho, em busca de algum valor material ou espiritual. Não apenas preencherá essa necessidade, mas, principalmente, completará em cada ser vivente as forças necessárias na realização plena de si

Essa realização dependerá sempre de como satisfazer a sede de ser feliz Essa sede perturba e incomoda enquanto não for assumida e satisfeita. Sede de água pura. Sede de água livre de qualquer agente maligno. Livre da estagnação. Livre de quaisquer impurezas.

A grande e profunda sede talvez não seja de água que brote de alguma fonte, mas seja da água que brote de um coração repleto de amor, de bondade e de misericórdia. Como seria maravilhoso encontrar corações que se abram e deixem jorrar a água da alegria e da paz. Que permitam aos sedentos de felicidade sentirem-se satisfeitos.

Embora nosso desejo seja sentir-se saciado dessa água saudável, precisamos saber que existe uma outra sede que estaria suplicando em ser saciada. Essa seria a sede de amor em família; o amor entre marido e esposa.; o amor entre pais e filhos. Esse amor que se traduz em respeito, aconselhamento, apoio, solidariedade, confiança e perdão.

Essa sede de amar que leve a sentir-se respeitado, a sentir-se livre em amar, em abraçar e realizar seus sonhos. Como seria maravilhoso tudo isso e ser partilhado entre irmãos, com os vizinhos e com os amigos. Como seria maravilhoso se a saudade fosse guardada com todo o amor do coração.

E a sede de Deus? Quantas almas atribuladas! Quantas almas desgastadas nas trevas do medo e da insegurança, buscando uma luz que dissipe essas trevas do desconhecido e ilumine o caminho que conduza ao Deus do amor e da paz. Uma luz que acenda novamente a alma, que a livre da penumbra da tristeza e a coloque no caminho da alegria.

Na Bíblia Sagrada sempre temos algo para refletir, para pensar em algo que possa renovar as forças na construção de uma vida mais serena e mais iluminada. Foi essa necessidade que levou uma tal mulher da Samaria até o poço de Jacó em busca de água. Não imaginava o que iria acontecer e como alguém a tenha surpreendido.

Ao chegar ao poço ficou surpresa em encontrar um homem judeu. É preciso saber que os judeus eram inimigos dos samaritanos. Não se falavam. Não se comunicavam e não conviviam. E o encontro causou à samaritana um sério transtorno, principalmente ao ouvir o pedido do judeu: “Dá-me de beber!”. Pede um favor a uma inimiga.

Contudo, aquele pedido fora apenas motivo de conversar e entrar nas questões que estão aparecendo e ajudando a entender que a sede não seria do homem. Quem estaria com sede de verdade seria a mulher. E Ele, Jesus, seria quem estaria dispondo da verdadeira água. Água que todos necessitariam: a água da fé, a água do amor e a água da esperança.

Autor:
Frei Venildo Trevizan, OFMCap
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