Frei Junípero tinha um companheiro chamado Accentialbene, de grande obediência, paciência e virtude. Pois se alguém passasse o dia batendo-lhe, não soltava uma palavra de queixa. Algumas vezes era mandado a lugares onde havia famílias perversas, das quais tinha que suportar com a maior paciência muitos opróbrios. Quando Frei Junípero mandava, ele chorava na mesma hora, e quando mandava, ele ria. Quando Frei Junípero soube que esse frade tinha morrido, ficou muito triste e clamava: “Não tenho mais nenhum bem no mundo”. E dizia: “Se não fosse por eu não poder viver com os frades, e não me quisessem suportar, eu iria logo para o sepulcro dele e pegaria a sua cabeça. Dividiria em duas partes para fazer de uma delas uma tigela para comer, e de outra uma caneca para beber”.