Actus beati Francisci et sociorum eius - Capítulo 26

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Como o lugar de Santa Maria da Porciúncula estava cercado pelos demônios, mas nenhum deles podia entrar lá dentro.

1 Uma vez em que nosso pai São Francisco estava em oração no lugar da Porciúncula, viu todo o lugar rodeado e possuído pelos demônios, como por um grande exército. 2 Mas nenhum deles conseguia entrar no lugar, porque aqueles frades viviam numa santidade tão grande que os demônios não tinham entrada em nenhum deles.

3 Entretanto, como um dos frades que lá morava, movido viciosamente pela ira e impaciência, tramava acusações e vinganças contra um frade seu companheiro, deixou de vigiar a entrada da virtude e abriu a porta para o diabo. 4 São Francisco viu que, na mesma hora, um dos demônios entrou e agrediu o frade como faz um vencedor com o vencido.

5 Então, o piedoso pai e pastor, que vigiava com toda a fidelidade tomando cuidado de seu rebanho, percebendo que o lobo tinha entrado para devorar uma de suas ovelhinhas, e sabendo espiritualmente que a ovelha estava em tão grande perigo, mandou chamar o frade com a maior rapidez. 6 Como ele veio correndo obedientemente para se apresentar a seus solícito pastor, o bem-aventurado pai mandou que descobrisse imediatamente o veneno fabricado, que ele estava guardando no coração contra o próximo, pelo que estava entregue nas mãos do inimigo (cfr. Mt 26,45).

7 Aterrorizado, ele descobriu a ferida, reconheceu a culpa e pediu humildemente perdão e penitência. Feito isso, absolvido da culpa e imposta a penitência, o diabo fugiu na mesma hora diante do santo pai. 8 A ovelha, arrancada das fauces da fera truculenta pela proteção do santo pastor, agradeceu a Deus e ao bem-aventurado Francisco e, voltando com alegria para o meio do santo rebanho, aprendeu a evitar daí em diante tão funestos perigos, e terminou em boa santidade.

Para o louvor e glória de nosso Senhor Jesus Cristo.